quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Orquestra infantil da Alam faz sua estreia nesta sexta-feira no Marajoara

“As mesmas pessoas que escutam funk e música sertaneja podem ouvir e gostar de música clássica. Pretendemos fazer com que esses jovens ampliem suas perspectivas e possam diversificar sua própria cultura.” Luiz Augusto de Medeiros, Maraca
 
 
Aproximadamente cem meninos e meninas estão na contagem regressiva para a grande noite de estreia da orquestra infantil, nesta sexta-feira (21), no teatro Marajoara. Este é mais um projeto social da Associação Lageana de Assistência ao Menor (Alam), que envolve crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. 
No repertório terão ênfase os clássicos eruditos, como os concertos de Beethoven, explorados de forma peculiar pelos músicos mirins. “Este tipo de arte sempre foi reclusa à elite social. Ver jovens da periferia tocando música clássica e interpretando grandes compositores desperta na gente sentimentos controversos e causa um impacto muito positivo, mostrando que é possível fazer música de qualidade com crianças economicamente carentes”, comenta o maestro e regente Luiz Augusto de Medeiros (Maraca). 
A orquestra infantil, que iniciou seus trabalhos com ensaios há aproximadamente quatro meses, tem a participação de crianças entre 6 e 13 anos que moram nos bairros próximos ao Caravágio. Um projeto já consolidado na instituição é a orquestra juvenil, a partir dos 13 anos de idade, com várias apresentações.
 
Diversificar a cultura
 
As duas orquestras envolvem em média 120 crianças e adolescentes que vivem muitas vezes às margens da sociedade. Os ensaios acontecem de forma intensificada neste período de véspera da estreia, sendo de segunda a sábado, no contraturno escolar dos alunos. “Gostar de música erudita no Brasil é cult, e alguns discursos prontos nos dizem que devemos consumir este tipo de cultura, que acaba ficando restrita a uma parcela da sociedade. Mas as mesmas pessoas que escutam funk e música sertaneja podem ouvir e gostar também de música clássica. Pretendemos fazer com que esses jovens ampliem suas perspectivas e possam diversificar sua própria cultura”, comenta Maraca.
 
Apoios governamentais
 
A ideia é expandir o projeto. A Alam tem convênio com a prefeitura e outro com o governo do Estado, pelo Funcultural, e também conta com o apoio do Lages Garden Shopping. A orquestra juvenil se apresentou nesta quarta-feira (19) durante o coquetel de inauguração do shopping. “Temos um número expressivo de apresentações em novembro. Ano que vem queremos ampliar e criar polos de formação, atendendo outros bairros”, garante Maraca.
 
Cada aluno integrante da orquestra recebe ajuda do governo no valor de R$ 250,00 mensais. O objetivo é evitar a evasão escolar e trazer algum benefício para a família através da sua arte. “Precisamos descontextualizar e quebrar paradigmas, pois os artistas precisam ser valorizados como qualquer outro profissional. Tentamos fazer com que essas crianças com talento tenham oportunidades e incentivo para que aperfeiçoem sua arte”, finaliza.
  
Legenda: A orquestra juvenil se apresentou nesta quarta-feira durante o coquetel de inauguração do Lages Garden Shopping (Foto: Sandro Scheuermann)
 








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