terça-feira, 25 de outubro de 2016

Operação Lava Jato pode destruir o sistema político no Brasil

Após oito meses de negociação, Marcelo Odebrecht fecha acordo de delação premiada na Lava Jato

Reportagem de O Globo diz que mais de 50 funcionários da empresa também vão abrir o jogo
Do R7

Marcelo Odebrecht está preso na carceragem da PF, em Curitiba (PR), desde junho do ano passado após a operação Erga OmnesPaulo Lisboa/20.06.2015/Folhapress
O dono da maior empreiteira do Brasil, Marcelo Odebrecht, finalmente selou um acordo de delação premiada com os investigadores da Lava Jato. A informação é do jornal O Globo desta terça-feira (25).
A negociação do empresário para abrir o jogo com a força-tarefa da operação durou oito meses e vai incluir o depoimento voluntário de outros 50 funcionários e executivos da empresa.
A defesa de Odebrecht já até pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão da análise de um pedido de liberdade para não melar o acordo com os investigadores da Lava Jato.
Odebrecht está preso na carceragem da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR) desde junho de 2015, após os agentes cumprirem os mandados judiciais da Operação Erga Omnes.
Se confirmado, esse pacote de delações premiadas será o maior da história do País. Fontes do jornal que acompanham de perto as investigações indicaram que as delações premiadas atingem os líderes partidários de todos as grandes legendas da oposição e da situação "de forma democrática".
Segundo essa mesma fonte, não havia distinção partidária no caixa dois da Odebrecht — portanto, representantes de todas as siglas poderão ser afetadas se os funcionários da empreiteira falarem tudo o que sabem. "Não vai ser o fim do mundo, mas são informações suficientes para colocar o sistema político em xeque", disse.
Na fase preliminar da delação premiada, Marcelo Odebrecht teria citado o nome de 130 deputados federais, senadores e ministros, de 20 governadores e ex-governadores, além dos ministros José Serra (Relações Exteriores), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
Também foram ditos os nomes de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda nos governos do PT; Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda e da Casa Civil e agora está preso; e de Eduardo Cunha, ex-deputado federal que está atrás das grades, no âmbito da Lava Jato, desde a semana passada.
Fila
Caso essa leva de delações premiadas seja confirmada, os procuradores do MPF (Ministério Público Federal) já se programam para formar uma fila dos delatores. Isso porque há dez investigadores, que realizam, em média, dez sessões de depoimentos com cada delator da Lava Jato — alguns são chamados mais de 50 vezes para depor. 
Como a tarefa será árdua, os delatores serão ordenados para falar conforme a hierarquia da empresa: quem ocupa ou ocupava cargos importantes serão ouvidos antes. Todos devem falar nas cidades de Curitiba (PR), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Brasília (DF).

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