quinta-feira, 13 de abril de 2017

Peixe faz sucesso na semana santa em Lages

Feira do Peixe Vivo

Produtores da Serra aguardam véspera da Sexta-Feira Santa para vender novo estoque por completo em Lages

Peixes podem ser comprados até esta Quinta-Feira Santa ao preço de R$ 11,90 por quilo

   Considerado o dia de temperaturas mais baixas até agora desde o início deste outono, esta quarta-feira (12) amanheceu gelada, porém, com estabilidade ao longo da manhã e tarde, um convite ao público para acompanhar a Feira do Peixe Vivo (de água doce). A ação é promovida próximo ao antigo Mercado Público, no centro da cidade, às vésperas da Sexta-Feira Santa, um dos principais dias que antecedem a Páscoa, quando se recorda a Paixão e Morte de Cristo. O consumo de pescado é a opção simbólica de penitência e respeito à data de passagem bíblica e história de Jesus Cristo.
   Produtores de localidades rurais de Lages, como Mirante, Santa Terezinha do Salto, Salto Caveiras e Macacos, e de outros municípios da Serra, como Capão Alto, Bocaina do Sul e Correia Pinto, saíram cedo de suas propriedades em busca de clientela e bons negócios em Lages. O evento contou com a presença até de comerciantes da cidade com peixes criados e transportados de Mirim Doce, no Vale do Itajaí. Carpas dos tipos comum, prateada, cabeça grande e capim, tilápias e jundiás frescos podem ser adquiridos ao valor de R$ 11,90 por quilo.
   A Feira iniciou na terça (11) e segue até esta quinta (13), durante manhã e tarde ou até durarem os estoques. A Secretaria de Agricultura e Pesca presta apoio no que tange à organização do evento, cessão de barracas, auxílio com fornecimento/ligação de energia elétrica para uso da balança elétrica, entre outros detalhes. O evento possui apoio da Vigilância Sanitária, Associação Regional de Piscicultores, Epagri, Cidasc e CAV.

Produto de primeira direto da área rural
   De Santa Terezinha do Salto, o técnico agrícola, Reni Branco, sua esposa, cunhado e irmã participam da comercialização como fornecedores desde que surgiu a Feira do Peixe Vivo. “Faz mais de dez anos”, comenta o empreendedor. O cultivador transportou em torno de 500 quilos somente para esta quarta, dos tipos de carpa cabeça grande, húngara e capim, sendo os animais devidamente armazenados e criados em tanques especiais, com água em temperatura ideal e alimentação correta. O produtor apresentou aos clientes exemplares de até sete quilos, uma relíquia para quem gosta de pescaria e usufrui da gastronomia baseada nesta carne branca. “Hoje é o nosso primeiro dia na Feira. As vendas estão razoáveis. Amanhã (Quinta-Feira Santa) voltaremos com mais 500 quilos das mesmas espécies.”
   Em 2016 Reni comercializou aproximadamente 500 quilos de peixes em dois dias de Feira e faturou cerca de R$ 5 mil. Devido à diferença do preço dentro do período de um ano (R$ 10 em 2016 e R$ 11,90 neste ano), a perspectiva de venda desta vez é de mil quilos, baseando-se no novo valor. “Estamos com grandes expectativas para esta quinta, pois o pessoal deixa para vir na última hora. Queremos vender todo o estoque que trouxermos”, projeta Reni Branco. A safra é cultivada em três açudes de sua propriedade, além de açudes de seu pai, também produtor. “Fiz meu estágio todo na parte de piscicultura e pecuária”, conta o profissional, adequadamente preparado. Ao lado da atividade de cultivadora de peixes, a família Branco lida com pecuária para sua sobrevivência.

   A empresária Vânia Oliveira se deslocou do Coral, onde mora, aproveitando a proximidade com a Sexta-Feira Santa e levou 3,310 quilos de carpa na tarde de quarta. A consumidora optou por este tipo de condicionamento do produto in natura devido às exigências sanitárias seguidas, procedência e garantia de qualidade. De família católica, Vânia mantém a tradição da alimentação durante a Semana Santa e assegurou o prato principal para o almoço do dia 14. “Todo ano adquiro o peixe aqui na Feira. É satisfatório porque a gente escolhe de acordo com nossos critérios. Assim a gente sabe de onde vem.”

Produtos orgânicos e hidropônicos na Feira Ecosol
   Na Feira não são oferecidos somente peixes, mas os acompanhamentos para uma refeição completa e especial na antevéspera de Páscoa. Produtos da terra, como hortaliças, legumes, sementes e grãos, bem como produtos caseiros, a exemplo de bolachas, pães, bolos, mel e queijo, e até panos de prato artesanais, estão à disposição da comunidade na Feira da Economia Solidária (Ecosol), junto à do Peixe Vivo, valorizando a agricultura familiar. Em exposição estão artigos coloridos, um sinal claro da riqueza de nutrientes, cultivados sem agrotóxicos, de encher os olhos e dar água na boca: alface lisa e crespa, abóbora, temperos (cebola verde e salsa), feijão preto e vermelho, aipim, batata doce, batata yacon, cenoura, rabanete, melancia e pinhão, entre tantos outros.

   O empresário Airton Beretta mora na localidade de Macacos e está presente na Feira Ecosol com a Hidroponia Takinaga. Foram deslocados cerca de 200 quilos de produtos para venda em Lages na quarta-feira e para quinta estão planejados mais 300. A ideia é o cultivo de alface crespa com utilização de alternativas benéficas ao organismo humano, como chá de marcela e óleo de neem. Ele acredita que houve um incremento de 20% nas vendas em relação ao ano passado, uma vez que as pessoas estão optando por itens naturais, evitando industrializados e embutidos. “Difícil a crise chegar aos setores de gêneros alimentícios e de vestuário. As vendas estão indo bem. Acreditamos que todos os produtos serão negociados, conforme nossa programação”, comemora o empresário. 

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