A deputada federal Carmen
Zanotto (PPS-SC) anunciou, nesta
quinta-feira (23), que apresentará projeto de lei determinando que
aviões do tráfico de drogas e da corrupção que forem confiscados pela
Justiça sejam utilizados no transporte de órgãos para transplantes.
O anúncio foi feito em seminário na Câmara dos Deputados que debateu
falhas e avanços do “Sistema Nacional de Transplantes” com
especialistas, representantes do Ministério da Saúde e entidades de
apoio aos transplantados.
“Precisamos garantir a captação e o traslado de órgãos sejam feitos
em menor tempo possível. Isso é vital para que o transplante seja
realizado com sucesso. O Brasil é um país continental e muitas vezes
o órgão tem de ser transportado de uma região para outra. O governo já
disponibilizou uma aeronave da FAB, mas ainda não é suficiente. Daí a
nossa ideia de apresentarmos esse projeto para que esses aviões sejam
colocadas à disposição dessa causa tão nobre”,argumentou Zanotto.
De acordo com Ronaldo Honorato, assistente da coordenação de equipe de
Transplante Cardíaco dos Adultos do Incor (Instituto do Coração), a
aquisição dos jatinhos é “o sonho de consumo” dos médicos que atuam na
área de transplante. Segundo ele, para que uma operação dessa natureza
seja realizada com sucesso, é preciso que captação do órgão se dê em
menor tempo possível. “A captação, o transporte e a operação têm de
ser feitos em, no máximo, quatro horas. Se isso não acontecer, é pura
frustração”, contou.
Transplantados
O debate do seminário também girou em torno da falta de
imunossupressores na rede de saúde pública. Esses medicamentos usados
para evitar a rejeição do órgão transplantado. O sistema imunológico
reconhece, defende e protege o organismo contra infecções, e rejeita
tudo o que é estranho.
“Esses medicamentos são vitais para os transplantados. Por isso,
achamos que a logística de distribuição desses remédios tem de ser
aprimorada pelo Ministério da Saúde. É preciso que tudo seja feito com
mais eficiência para que os imunossupressores sejam distribuídos em
todas as regiões”, defendeu Carmen Zanotto.
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