AS OPÇÕES PARA O
BRASIL EM 2018
Se há uma
coisa que é mais ou menos consenso, entre os que analisam a atual política
brasileira, é que as eleições presidenciais do próximo ano serão um divisor de
águas para a história política do Brasil. E não é apenas retórica. Nas próximas
eleições, estarão em jogo visões diametralmente opostas de país, e o eleitor
será chamado a escolher qual será o caminho político que todos nós deveremos trilhar,
possivelmente pelas próximas quatro ou cinco décadas!
Pelos números
que as pesquisas mais recentes nos apresentam, o brasileiro parece tentado a
experimentar algo novo, mas este novo ainda está muito difícil de definir, por
outro lado o velho modelo político teima em se manter vivo, a despeito de estar
apodrecido e em evidente estado terminal.
A velha dicotomia
esquerda-direita ainda persiste, mas sofre de um anacronismo agônico. Em meio a
escândalos que levam os principais nomes de partidos antagônicos como PT e do
PSDB ao descrédito, não existe, até o momento, uma proposta política que consiga
dar conta de uma nova realidade que atropela conceitos, ideologias e
formulações teóricas. A realidade se impõe no desemprego e na desconfiança das
instituições, porém a resposta mais comum dos representantes é o apego ao
próprio foro privilegiado, ou seja, uma total desconexão com a população e suas
necessidades.
Nas próximas
eleições, enquanto a esquerda tenderá a se radicalizar, preservando de forma
patética o próprio nicho, e para isso precisa de um discurso que fatalmente a
levará a um novo estelionato eleitoral (como o ocorrido em 2014!); a direita
voluntarista, procura de forma errática e pouco convincente, um discurso
econômico que possa seduzir o “mercado”, enquanto no trato das questões sociais
e dos costumes, nem ousa dizer seu nome...
Diante deste
quadro, nos resta como eleitores e cidadãos o compromisso de buscar uma
proposta um pouco mais equilibrada, mais ao centro, que consiga, a um só tempo,
indicar um caminho seguro para a política econômica de longo prazo, fazendo as
reformas de que o Brasil necessita, e buscar urgentemente um clima de união
nacional, através de compromissos programáticos tanto em prol do bem estar
social, quanto em prol do desenvolvimento econômico sustentável, para que o
país possa consolidar de uma vez por todas sua jovem democracia , podendo juntar-se,
enfim, ao grupo de nações desenvolvidas que garantem aos seus povos vida digna
e instituições sólidas.
Leonardo Secchi é Pós Doutor em Políticas Públicas pela
Universidade de Wisconsin (EUA) Professor na Escola Superior de Administração e
Gerência (ESAG) da UDESC em Florianópolis e autor do livro Políticas Públicas -
Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário