A VEZ DAS NOVAS LIDERANÇAS
Foi com
grande alvoroço que os meios políticos brasileiros reagiram às manifestações
públicas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre uma possível
candidatura do apresentador da TV Globo, Luciano Huck. De xingamentos irritados
da oposição a comentários apreensivos das autoridades palacianas de Brasília,
sobrou até um silêncio eloquente para as bordas do ninho tucano.
Mas parece
que poucos analistas se deram conta, que a estas aturas de vida, FHC pode se
permitir um olhar distanciado, tão necessário a um sociólogo, para avaliar com
mais equidistância o momento político singular hoje vivenciado pela sociedade
brasileira. É neste momento que um ex-presidente da República pode e deve fazer
suas considerações, o quanto possível desapaixonadas sobre candidaturas, mesmo sendo
reconhecido como uma das principais lideranças do PSDB nacional.
Embora
tendo mencionado nominalmente Luciano Huck, é evidente que FHC esteja indicando
o imenso vácuo existente no universo de possíveis candidaturas presidenciais
para 2018, num campo muito específico, que atenda as visíveis demandas do
eleitor brasileiro: a presença de um nome novo, sem muita vinculação
partidária, capaz de mobilizar de alguma forma a população, e que sinalize de
forma clara uma vontade de buscar uma outra via para o exercício político do
poder. Devem existir dezenas, quiçá centenas de jovens lideranças brasileiras
com esse perfil, mas quem se habilita?
Essa
intervenção do velho sociólogo FHC, de certa forma, não deixa de indicar uma
velada crítica às novas gerações, que assistem passivamente ao dramático
momento político brasileiro, como se pouco ou nada tivessem a ver com ele. É
certo que há no Judiciário e no Executivo algumas jovens lideranças concursadas
querendo fazer a diferença. Mas no poder Legislativo, o espaço político por
excelência, parece que tais lideranças preferem se manter submissas às ordens
das velhas raposas, sem qualquer coragem para ousar outros caminhos.
Há
momentos cruciais na vida das sociedades, onde se faz necessária uma atitude
revolucionária, que não precisa ser violenta. Nestes momentos, são as novas
gerações as mais aptas para os necessários rompimentos e posterior construção
de novos modelos. Cadê essa nova geração? Talvez seja esta a pergunta que o
ex-presidente esteja se fazendo agora – apesar dos amuos e indefinições de seus
aturdidos colegas de partido.
ESPELHO POLÍTICO
Na última semana lançamos uma enquete na minha Fanpage
perguntando: “Se a eleição presidencial fosse hoje, em quem você votaria?”.
Na coluna desta semana, trago o resultado da nossa pesquisa
que teve 891 participações em nove dias (20 a 29 de janeiro). A enquete indicou
13 nomes de pré-candidatos, além das opções “outro” e “nenhum”: 35% dos
participantes votariam em Jair Bolsonaro (PSL), 12% em João Amoêdo (Novo), 10%
em Lula (PT) e Álvaro Dias (Podemos), 8% em Ciro Gomes (PDT). Marina Silva
(Rede) aparece com 7%, Geraldo Alckmin (PSDB) e Joaquim Barbosa (sem partido)
com 2%, Manoela D'Avila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e Henrique Meirelles
(PSD) com 1% e Luciano Huck (sem partido) e Fernando Collor de Mello (PTC)
receberam menos de 1% das intenções de votos. Para fechar, 8% dos participantes
não votariam em nenhum dos candidatos listados e 3% em outro nome.
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