Aumentar a cobertura de vacinação no país embasa a missão da Campanha Nacional de Multivacinação do Ministério da Saúde (MS), com o conceito “Movimento Vacina Brasil. É mais proteção para todos”, que será iniciada na próxima segunda-feira (5 de outubro) e prolongada até dia 30 de outubro (sexta-feira). Neste mesmo período (entre 5 e 30 de outubro) serão realizadas, em todo o Estado de Santa Catarina, simultaneamente, duas campanhas de vacinação. Serão 26 dias de Campanhas.
A Campanha Nacional de Multivacinação e a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite para atualização da caderneta de vacinação das crianças e adolescentes com menos de 15 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias), contra 18 tipos de doença. O Dia “D”, de divulgação e mobilização nacionais, para as duas campanhas, será no dia 17 de outubro. Em âmbito de Brasil, o Dia “D” será exercitado em mais de 40 mil postos de vacinação.
A multivacinação é de todas as idades e durante a vigência das Campanhas serão oferecidas todas as vacinas do Calendário Básico de Vacinação 2020 da Criança e do Adolescente. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece atualmente 18 vacinas para crianças e adolescentes. Estados que necessitarem de reforço em estoques de vacinas poderão solicitar ao Ministério da Saúde (MS).
Por ser uma campanha multivacional será possível receber dose de mais de uma das vacinas. O desempenho será avaliado com base nas doses aplicadas e registradas no Sistema de Informação durante o período da Campanha, para cada vacina disponível.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Governo de Santa Catarina (Dive) informa que na Campanha contra a Poliomielite, o grupo alvo são crianças com idade entre um e menos de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias), aproximadamente 342.285 crianças. “O propósito desta Campanha é reduzir o risco de reintrodução do poliovírus selvagem no país. E, para isto, a meta é vacinar, ao menos, 95% deste público, ou seja, 325.684 crianças”, observa a Dive.
O total da população da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite deste ano, de 342.825 em Santa Catarina, está distribuído entre 98.334 com um ano; 81.611 com dois anos; 81.123 com três anos, e 81.757 com quatro anos (Fonte: http//sipni.datasus.gov.br). A meta é a imunização de pelo menos 95%.
Em Lages, como adianta a coordenadora de Imunização, Juliana Barbosa Vieira, da Vigilância Epidemiológica, vinculada à Secretaria Municipal da Saúde, ao longo das Campanhas, a Central de Vacinas, situada no centro da cidade, próximo ao Centro de Triagem para a Covid-19, abrirá de segunda a sexta-feira das 7h às 19h, ininterruptamente, com entrega de senhas até as 18h15. Será permitida a entrada de apenas um acompanhante por criança ou adolescente. É preciso apresentar a carteira de vacina e o Cartão SUS (Sistema Único de Saúde).
Quanto aos bairros, Lages conta com 20 salas de vacina em 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de um total de 27 UBSs (junção da UBS São José com a do bairro Gethal), e será necessário que os cidadãos telefonem para a sua Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência e informar-se sobre o período em que o profissional vacinador estará na Unidade, pois há o turno de vacinadores cumprido entre 7h e 13h (matutino) e o turno de 13h às 19h (vespertino), lembrando que todas as Unidades de Saúde do perímetro urbano de Lages estão de portas abertas ao público de segunda a sexta-feira, entre 7h e 19h, sem fechar no horário de almoço, porém, os vacinadores trabalham da forma de turnos.
Na área rural, será possível à comunidade do Distrito Índios ser imunizada no Dia “D”, 17 de outubro (sábado), no horário das 8h às 17h, sem fechar para almoço. Os moradores das demais localidades rurais podem procurar a vacina na área urbana do município. No Dia “D”, a Central de Vacinas, localizada no Centro e as 20 salas de vacina estarão abertas, entre 8h e 17h. “A vacina de prevenção à pólio, para crianças de um a menor de cinco anos, é uma das principais, carros-chefe da Campanha. Lages possui todas as vacinas disponíveis. A multivacinação é realizada todos os dias na Central de Vacinas, os profissionais verificam a carteira de vacina, analisam quais estão faltantes e atualizam as imunizações”, reitera a coordenadora de Imunização, Juliana Barbosa Vieira.
País sem pólio há 30 anos
O Brasil não detecta casos de poliomielite (paralisia infantil) desde 1990 e em 1994 recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território. “Em Santa Catarina, os últimos registros da doença foram em 1989. No entanto, os esforços ainda precisam ser mantidos, com a imunização de todas as crianças, para que o Brasil continue livre da doença”, alerta a Dive, acrescentando, ainda, que para a Campanha de Multivacinação não há uma meta numérica específica. Nesta campanha, os principais objetivos são oportunizar o acesso às vacinas, atualizar a situação vacinal, aumentar as coberturas vacinais e homogeneidade, diminuir a incidência das doenças imunopreveníveis e contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação destas doenças. Após 21 semanas sem novos casos, no início do mês de setembro deste ano Santa Catarina declarou encerrado o surto de sarampo que havia começado em julho de 2019.
A solenidade de anúncio da Campanha Nacional foi realizada nesta sexta-feira (2 de outubro), em Brasília, pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, entre outras autoridades. “Pedimos que a população, principalmente os pais, confiem nas vacinas, confiem que temos especialistas qualificados por trás disso, tomando todas as precauções e cuidados para garantir vacinas seguras e eficaz. Nós temos o maior sistema de imunização do mundo, motivo de muito orgulho e dedicação, e logo estaremos aqui, acrescentando neste rol, a vacina para combater a Covid-19”, argumentou o ministro na cerimônia.
As vacinas que serão oferecidas durante a Campanha são as que fazem parte do Calendário Básico de Vacinação 2020 da Criança e do Adolescente.
Febre amarela
Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola)
dT (difteria e tétano)
Meningocócica ACWY (doença meningocócica ACWY)
HPV quadrivalente (HPV tipos 6, 11, 16 e 18)
Poliomielite
BGC (formas graves de tuberculose)
Hepatite B
Pentavalente (tétano, difteria, coqueluche, Haemophilus influenzae b e hepatite b)
Rotavírus (diarreia por rotavírus)
Pneumocócica 10 (doença pneumocócica invasiva para os 10 sorotipos)
Meningocócica C (doença meningocócica C)
Tetra Viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
DTP (difteria, tétano e coqueluche)
Hepatite A
Varicela (catapora)
Coronavírus: população deve redobrar cuidados no deslocamento e permanência no local para espera e vacinação
Os 295 municípios catarinenses foram orientados pela Secretaria de Estado da Saúde a potencializar as medidas de prevenção em todas as salas de vacinação durante o período de realização das Campanhas em razão da pandemia do novo Coronavírus, gerador da doença Covid-19. A higienização, a ventilação dos espaços e o distanciamento social deverão ser respeitados, da seguinte forma:
Deverá haver uso de máscara de proteção facial;
As vacinas devem ser aplicadas em áreas bem ventiladas e desinfetadas com frequência;
As salas de vacinação devem disponibilizar álcool em gel ou local para que a população possa lavar as mãos;
O número de familiares que acompanham a pessoa que será vacinada deverá ser limitado em um acompanhante, e
Pessoas com suspeita ou confirmação de coronavírus devem adiar a vacinação até, pelo menos, três dias depois do desaparecimento dos sintomas, com tempo mínimo de isolamento de 14 dias do início dos sintomas.
Você sabe o que é a poliomielite?
Cerca de 11 milhões de crianças de um ano a menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. A meta é vacinar pelo menos 95% das crianças e para isto está prevista a distribuição de aproximadamente 9.069.450 doses da vacina pólio oral (VOP) aos Estados. O valor investido para aquisição das doses foi de cerca de R$ 10 milhões. As crianças menores de um ano de idade (até 11 meses e 29 dias) deverão ser vacinadas seletivamente conforme indicações do Calendário Nacional de Vacinação, com a VIP.
A poliomielite é uma doença contagiosa causada pelo poliovírus. Caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito acomete, em geral, os membros inferiores, tendo como principais características a flacidez muscular.
A transmissão ocorre por contato direto pessoa à pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A vacinação aparece como a melhor medida de prevenção adotada.
Quadro epidemiológico
Com a realização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, o Brasil reafirma o compromisso internacional assumido de manter o país livre da doença, conforme aponta o Ministério da Saúde (MS). O Brasil não detecta casos desde 1990. Em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território, juntamente aos demais países das Américas. “Desde então, o país tem trabalhado para atingir a meta dos indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde para manter o país livre da doença”, relata a Agência Saúde.
Por sua vez, “as coberturas vacinais municipais ainda são heterogêneas e podem levar a formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus. Desta forma, a Campanha se justifica para reduzir os bolsões de não vacinados e proteger a população contra a doença”, reafirma o Ministério da Saúde (MS).
Atualmente, no cenário global da poliomielite, existem dois países endêmicos (Paquistão e Afeganistão). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 1º de janeiro a 29 de setembro de 2020, apresentam 121 casos registrados, sendo 47 no Afeganistão e 74 no Paquistão. Tem crescido o número de pessoas não vacinadas nos últimos anos. Como consequência, assim explica o Ministério da Saúde (MS), doenças que já estavam eliminadas no Brasil voltaram a ser um problema para a saúde de todos, como o sarampo.
Texto: Daniele Mendes de Melo, com informações de Amanda Mariano, Bruna Matos e Patrícia Pozzo (Núcleo de Comunicação - Nucom - Diretoria de Vigilância Epidemiológica - Dive/Secretaria de Estado da Saúde - SES) e André de Castro (Agência Saúde/Ministério da Saúde - MS).
Imagens: Divulgação
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