Lages não será apenas a capital do pinhão nesta próxima semana. Na
segunda e terça, ela será também a capital catarinense da luta contra a
Mortalidade Materna. Lá estarão reunidos nos dias 27 e 28/5 (e 28 de maio é o
Dia Mundial de Combate à Mortalidade Materna) cerca de 70 profissionais da área
da saúde para discutir projeto em rede a fim reduzir esses riscos no estado. O
evento, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a FAPESC
por meio do Projeto TO13075/2012-3, será realizada no auditório do Map Hotel.
Para evitar esse tipo de morte, o Ministério da Saúde criou em 2011 a
Rede Cegonha, que está sendo implantada com recurso do SUS e, aos poucos, vai
chegando a todas as regiões do país. Fundamenta-se nos princípios da
humanização e assistência, onde, entre outras metas, as mulheres têm direito ao
planejamento reprodutivo seguro e saudável.
A Mortalidade Materna – caracterizada pela morte de mulheres que
faleceram entre a gravidez e o puerpério – é um tema que atrai a enfermeira
Maria de Lourdes de Souza desde 1982, ano em que defendeu tese de Doutorado na
Faculdade de Saúde Pública da USP sobre o assunto. Ela estará em Lages para,
além de falar da importância da Vigilância Epidemiológica para a morte materna,
coordenar a apresentação e discussão dos grupos que estão tratando do assunto,
visando criar os Comitês Regionais.
O número mais atualizado de óbitos de Mortalidade Materna que se tem no
Brasil é de 2011, quando cerca de 1.500 mulheres perderam a vida. Santa
Catarina não está no pelotão da frente deste problema, mas teve 26 óbitos em
2012, distribuídas por diferentes regiões do Estado – inclusive na região
serrana. De acordo com estudo feito sobre Mortalidade Materna em Santa Catarina
entre 2009 e 2012, quase 90% dos casos ocorrem por causas obstétricas e dois
terços (64,7%) podiam ser evitadas.
Um dos motivos desses números catarinenses é a ausência dos Comitês
Regionais de Mortalidade Materna. Por isso, no evento de Lages, estarão
representantes das 15 Regionais de Saúde do Estado, representantes da
área de Saúde dos 18 municípios da Serra, coordenadores de Saúde da Mulher e de
Saúde da Criança, representantes da Rede Cegonha no estado e do Distrito
Sanitário Especial Indígena Interior Sul, da Secretaria Especial de Saúde
Indígena.
Além de Maria de Lourdes, que preside o Instituto Repensul da UFSC,
participará também do evento o presidente do Comitê Estadual de Mortalidade
Materna, Halei Cruz.
SERVIÇO
O que? Seminário Gestão em Rede:
a vigilância da morte materna, infantil e fetal
Quando? 27 e 28/5, a partir das
8h30min
Onde? Map Hotel (Rua Hercílio
Luz, 522 – Fone 49/3221.5411)
Informações: Paulo Scarduelli
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