terça-feira, 3 de julho de 2018

Gazeta Política com Leonardo Secchi


A eleição da mudança
Por Leonardo Secchi – Professor de Administração Pública da Udesc

A Copa está acabando e o assunto no país a partir do dia 15 será outro: as eleições de outubro. Estamos a menos de três meses do dia em que escolheremos o novo presidente (a), os governadores, senadores e deputados, pós impeachment e manifestações que ganharam às ruas pelo Brasil nos últimos quatro anos. Ainda não sabemos se Lula estará fora do páreo como manda a lei, se a esquerda seguirá dividida, se Bolsonaro é mesmo um mito, se o candidato do governo (Meirelles) vai de fato defendê-lo, se haverá um outsider, se novos nomes terão alguma chance...Tudo caminha, até agora, para uma disputa parecida com 1989, muitos candidatos e poucas certezas.
Embora ainda não tenhamos as candidaturas oficializadas, o que ocorrerá a partir de 20 de julho, já sabemos qual será o tom ditado pelas campanhas: o da mudança! Não estamos mais dispostos a tolerar corruptos e corruptores, tampouco a aceitar a polarização entre direita e esquerda como única opção nas urnas. Não acreditamos em salvadores da Pátria, nem em santos injustiçados, no radicalismo como arma, no extremismo como força, na intolerância como argumento.
Acreditamos, sim, no poder do voto, no desejo e na capacidade do povo em mudar o que não funciona. Afinal, o que faríamos ou como votaríamos se nos faltasse esperança?
Como mudar?
Dias desses, ouvi uma conversa despretensiosa de quatro amigos sentados à mesa ao lado da minha durante um café da tarde numa dessas minhas viagens pelo Estado. Um deles lamentava a crise política no Brasil enquanto colocava a culpa no eleitor brasileiro: - não sabe votar – afirmava ele ao mesmo tempo em que ouvia do amigo ao lado sua solução para o problema:  - temos que votar nulo para anularmos a eleição e darmos o recado. O outro pensara em algo melhor:  - não vou votar. Cansei, nada muda. O quarto homem da mesa mantinha o silêncio e só observava a discussão dos amigos, quando foi convocado a dar sua opinião sobre o assunto. Visivelmente desconfortável, ele responde:  - então, convidei vocês hoje para o café porque estava pensando em ser candidato nas eleições, mas já entendi o recado.
Poderia citar várias interpretações sobre o diálogo, mas me atenho a três delas. Quando generalizamos o político como o corrupto nos incluímos na análise e deixamos de acreditar no nosso poder de escolha. Ao desdenharmos o eleitor e atribuirmos a escolha da maioria ao desconhecimento, contrariamos a democracia e a liberdade individual. Se não votamos, deixamos que os outros escolham por nós; se apertamos a opção branco, aceitamos passivamente a escolha da maioria e se anulamos o voto, não mudamos o resultado, apenas escolhemos não decidir. Neste último, é importante ressaltar que a justiça eleitoral considera apenas os votos válidos nas eleições, portanto, se tivermos 200 mil votos nulos e apenas um válido, este um vai decidir a eleição.
Isso significa que se queremos mudar alguma coisa, temos que assumir o protagonismo e, sem demagogia, fazermos a nossa parte para que possamos cobrar, comemorar ou até reclamar depois.
Despedida
É neste tom de mudança e de protagonismo que me despeço temporariamente deste espaço nobre que assumi nos últimos meses para me dedicar a um desafio na pré-campanha para deputado estadual. Foram 14 artigos semanais que me permitiram interagir com o os leitores da Serra Catarinense sobre política e gestão pública, minhas especialidades enquanto professor de Administração Pública da Udesc, com doutorado em Ciências Políticas e Pós-Doutorado em Políticas Públicas. Agradeço à direção da Gazeta Serrana, à toda equipe de jornalismo do grupo e a todos os leitores por esta oportunidade especial de compartilhar conhecimento.
Quem tiver interesse em conhecer esse desafio da pré-campanha e a continuar o debate e a interação nas redes sociais, pode acessar www.facebook.com/codeputado  e @codeputado. Será muito bem-vindo!
Obrigado!

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