Na semana passada, o Ministério da Saúde fracassou na primeira tentativa de comprar seringas e agulhas para a imunização. Dos 331 milhões de unidades que a pasta tem a intenção de comprar, só conseguiu oferta para adquirir 7,9 milhões no pregão eletrônico. O número corresponde a cerca de 2,4% do total de unidades que desejava adquirir. Para os fabricantes, os preços apresentados pelo governo estavam "extremamente defasados da realidade". "Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade", escreveu o presidente em uma rede social. "Estados e municípios .
Durante a pandemia, porém, o ministério decidiu centralizar estes insumos. Após o fracasso na primeira tentativa de compra, a pasta informou na última segunda-feira (4) que preparava novos pregões para adquirir os insumos, com previsão de licitações ainda em janeiro, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Procurado, o ministério não se manifestou a respeito da declaração do presidente.
Saúde negocia requisição de estoques excedentes O Ministério da Saúde também fez uma requisição de estoques excedentes destes produtos na indústria nacional. A expectativa é garantir a entrega de 30 milhões de unidades em janeiro. Além da requisição dos estoques, o governo federal também restringiu a exportação dos produtos. Em perfis institucionais nas redes sociais, o ministério chamou de "fake news" notícias sobre o desempenho do governo na busca por seringas. A indústria nacional de produtos hospitalares alerta o ministério desde julho sobre a necessidade de planejar a compra desses insumos. A Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontologico)
diz que não haverá falta de seringas no Brasil para a vacinação contra a covid-19. Segundo as empresas, há um intervalo de 30 a 45 dias entre a compra e a entrega do material, mas é possível fazer rearranjos em estoques para reduzir esse período. A publicação de Bolsonaro nesta quarta surpreendeu a associação. "Tivemos uma reunião na segunda-feira (4) com o Ministério da Saúde, e esse tema não tinha sido comentado", disse ao UOL Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Abimo. "Mas, sim, que o próximo pregão estaria no ar entre uma e duas semanas e com o preço de referência atualizado." Fraccaro diz não saber se a posição do presidente pode impactar o plano de vacinação contra a covid-19. "Nem posso dizer isso porque, se os estados tiverem estoque de seringas, ela não ficará em xeque", afirma ele, deixando claro que não tem informações sobre a reserva dos governos federal e estaduais. O superintendente também aponta que os preços não devem voltar ao normal tão cedo. "Há uma inflação natural quando a demanda aumenta."
Chegada e aprovação das vacinas O governo federal trabalha com a possibilidade da chegada, ainda neste mês, da vacina da farmacêutica AstraZeneca, feita em parceria com a universidade de Oxford. No Brasil, a produção ficará a cargo da Fiocuz (Fundação Oswaldo Cruz), com previsão de 210 milhões de doses em 2021. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já aprovou a importação de 2 milhões de doses do imunizante.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) promete começar a vacinação no próximo dia 25, com a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, que está sendo produzida na capital paulista. A administração estadual afirma que já adquiriu 71 milhões de seringas e agulhas para a imunização —o número representa 71% da previsão inicial do tucano. Para que as vacinas sejam aplicadas, é necessária aprovação da Anvisa. Até agora, a agência não registrou nenhum imunizante contra a covid-19.
UOL.
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