Desde meados do mês de março deste ano a vida de toda a população mundial sofreu um giro de 180 graus. Entre os desafios encarados para combater e prevenir novos casos de transmissão do novo Coronavírus e novos surtos com expansão da pandemia, gerador da doença Covid-19, estão o isolamento e distanciamento social de familiares, amigos, colegas de trabalho, trabalho home office, diminuição das jornadas de serviços e aulas on-line, além do fator psicológico, que pode também ser afetado. Com as pessoas permanecendo mais tempo em casa, continuar vivenciando uma rotina saudável é para os fortes.
Estratégias para as pessoas sustentarem os hábitos de alimentação saudável e exercícios físicos quando a preferência é ainda não voltar às academias, são propostas pelo Ministério da Saúde (MS), sugerindo que ficar em casa não precisa ser uma armadilha, mas sim, uma oportunidade e dotada de equilíbrio, na luta contra cansaço, ansiedade, estresse, desânimo e falta de vontade de praticar atividade física.
Há relatos de pessoas que sentiram a balança marcar peso a mais em razão da pandemia, e esta oscilação é impactada pela sensibilidade e pelo comportamento sedentário, refletindo diretamente na qualidade de vida. O Ministério da Saúde (MS) aborda, através da médica e integrante da Liga de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Maria Edna de Melo, ser a obesidade caracterizada pelo excesso de gordura corporal, identificado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), uma fórmula matemática em que, com auxílio de uma calculadora, divide-se o peso em quilos pela altura em metros e o resultado divide novamente pela altura em metros. “Este número é uma referência para compreender se seu peso é ideal ou se você apresenta magreza, sobrepeso ou obesidade”, observa o Ministério da Saúde (MS).
A conta é igual para todas as pessoas, o que muda são os valores considerados como referências para a classificação do peso. Estas referências são específicas para crianças, adolescentes, adultos,idosos e gestantes. Os parâmetros para cada faixa etária podem ser acessados no link https://www.saude.gov.br/artigos/781-atividades-fisicas/40389-o-que-e-imc
Os malefícios:
A obesidade geralmente tem ligação com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. Porém, Maria Edna lembra que, além destas enfermidades, “o aumento de peso também predispõe o indivíduo a desenvolver problemas articulares, complicações respiratórias e problemas no trato gastrointestinal, como o refluxo, além de ampliar o risco de câncer”. Em termos de Covid-19, a obesidade pode ser também um fator de risco.
O Ministério da Saúde (MS) salienta que passar longos períodos sentado ou deitado em uma mesma posição, que não seja na hora de dormir, favorece ainda mais sensações de estresse e ansiedade. Por isto, buscar levantar com frequência da cadeira ou do sofá pode ser um aliado da saúde.
O funcionamento hormonal passa por modificações quando há um quadro de estresse. Existe uma maior liberação de adrenalina e cortisol, e este último relacionado à formação de gordura corporal quando produzido com sobra. A médica Maria Edna de Melo lembra, ainda, que o cortisol também age no sistema nervoso central, levando a uma alteração na regulação do apetite. “Então temos um estímulo maior para comer, e não é apenas de comida saudável. Pelo contrário. Este estímulo é para comer alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gordura e sal”.
Movimentar o corpo auxilia o organismo e a mente:
A atividade física, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), então será benéfica não apenas para manter ou regular o peso, mas também para lidar com os sintomas de estresse e ansiedade. As tarefas/atividades domésticas estão inseridas neste contexto, ou ainda buscar algum improviso dentro de casa, como pular corda, colocar uma música para dançar, optar por exercícios de alongamento que estejam atrelados à respiração.
A alimentação entra como a principal facilitadora para o ganho de peso e, ao mesmo tempo, para a perda de peso, conforme explica a médica Maria Edna de Melo. Diante disto, fundamental elaborar um bom planejamento daquilo que vai ser adquirido e consumido.
Organizar as refeições antes de ir ao supermercado, por exemplo, é uma forma de evitar escapatórias desnecessárias e o desperdício. Este hábito também contribui para o consumo de alimentos saudáveis, preferencialmente in natura ou minimamente processados, que servirão de base para a alimentação e às preparações culinárias da casa. Retirar alimentos ultraprocessados do alcance compreende uma boa maneira de evitar o impulso. É o controle de estímulo. Cozinhar mais é uma das alternativas de escape.
A educadora física de Programas de Saúde - Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) - (da Secretaria Municipal da Saúde de Lages), atualmente atuante na Academia da Saúde do bairro Guarujá, Conceição Martins Werner, observa que a prática de atividades físicas se tornou ainda mais importante neste período de isolamento social provocado pela pandemia do novo Coronavírus. “Além de fortalecer o sistema imunológico, exercícios físicos também fomentam a saúde mental, apresentando respostas psicológicas mais leves em relação à ansiedade, estresse e estado de humor”, comenta Conceição.
As aulas e treinos online promovidos por profissionais de educação física têm sido significativamente salutares às pessoas se manterem ativas dentro de casa. “Mas é importante ter cuidado, respeitar suas limitações e seu nível de condicionamento físico, avaliar aquilo que tem condições de fazer e tentar se adaptar”.
Após o decreto municipal nº: 18.071, de 29 de julho, estipulando regras para horários específicos de academias, liberando para abertura, as aulas nas Academias da Saúde dos bairros Guarujá e Santa Mônica retomaram suas atividades com atendimento à comunidade em número reduzido, respeitando-se as normas de segurança.
Informações: Ministério da Saúde (MS)/Saúde Brasil
Trechos sobre Lages: Daniele Mendes de Melo
Imagem: Ministério da Saúde (MS)/Saúde Brasil/Divulgação.
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