Dizer que Lages é uma cidade pacífica, ordeira, com índices baixos de violência, é “papo furado” ou querer “tapar o sol com a peneira”. Aqui existe criminalidade sim, como um lugar qualquer por todos os quadrantes do País. Não chega a ser como Fortaleza, a cidade mais violenta do mundo, nem como São Paulo, onde o crime campeia por todos os bairros da capital paulista. Aliás, o Estado de Santa Catarina é um dos menos violentos do Brasil. Nem por isso governo catarinense “dormir de butina”, como por exemplo, deixar faltar viaturas, cumbustível, uniformes, mais policiais nas ruas, melhores salários, etc. Até porque, se o Estado é o menos violento do País, não quer dizer que a violência não existe. Pelo contrário, “em tempo de paz é que se prepara para a guerra”, já dizia alguém em tempos que se vão ao longe. Portanto, dizer que a violência em Lages não é preocupante, é coisa de quem quer tomar conhecimento da realidade. Ou seja, atitude daquele que “enxerga e não quer ver”, que na verdade é o pior cego. Aliás, uma preocupação com um segmento de violência: contra a mulher, a qual tem sido vítima da violência doméstica, onde o agressor, geralmente, é o próprio cônjuge. Para ser ter uma idéia, a agressão física no lar atinge o índice de 85%, segundo Pesquisa da Organização Panamericana da Saúde (OPAS/OMS). Há também a violência sexual, outra barbárie que vem assolando a sociedade, onde a vítima tem seus direitos físicos e morais violados, a honra ferida, e em muitos casos, gera uma gravidez indesejada, terminando na prática abortiva. De um modo geral, a sociedade tem fechado os olhos e tampado os ouvidos na intenção de não querer se comprometer neste assunto. Por outro lado, a vítima, muitas vezes depende do marido, acaba por se calar, amargando a dor sozinha, esporadicamente compartilhada por alguns amigos ou familiares que nada podem fazer ser a vítima não o desejar. Os relatos são alarmantes, e mostram o quanto a violência contra a mulher está sendo praticada e o pouco que está se fazendo para, pelo menos, amenizar estas agressões e punir os culpados.