Alguns restaurantes, bares e padarias estão optando por grandes mesas coletivas em vez de mesas para duas ou quatro pessoas. Você pega seu prato e senta onde tiver espaço. Eu gosto, porque permite, principalmente quando você está sozinho, socializar com outras pessoas e conhecer gente interessante. Isso se o outro também estiver na mesma onda e quiser trocar uma ideia. Caso contrário, cada um faz sua refeição, levanta e sai. O problema é quando duas pessoas – neste caso específico era um casal – começa a discutir sua vida íntima na mesa coletiva. Aí vira cena de filme. Só que foi na vida real mesmo. Quando cheguei, a tal mesa grande ainda estava quase vazia. Pedi meu lanche, peguei o jornal e fiquei ali, fazendo hora. Foi chegando mais gente, mais gente, até que um casal, aparentando mais ou menos 30 anos de idade, sentou-se bem ao meu lado. No começo falavam baixinho, mas mesmo assim, claro, dava para escutar tudo o que diziam.
– Quer um café?
– Você está comigo há cinco anos e ainda não sabe que não tomo café?
– É só um modo de dizer, amor. Queres suco?
– Só se for de morango.
– Com açúcar?
– Ah não, você só pode estar querendo me irritar. Quando que eu tomo suco com açúcar? Você já viu açúcar na minha casa? A moça estava realmente brava, e o coitado não dava uma dentro.
– Desculpe amor, esqueci. E vai comer o quê? Aqui tem aquele pãozinho de queijo que levei pra ti outro dia, que é uma delícia. Peço um pra você? Eu vou comer um folheadinho
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