quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Biblioteca Pública Municipal passa por reestruturação para atrair a comunidade

Muitos projetos estão em andamento, como a Contação de Histórias, aulas de xadrez, curso de informática, Mostra de Curtas e exposições, e outros estão em planejamento
Fomentar ações e projetos, e ainda disponibilizar um acervo que atraia os olhares da comunidade estão entre os desafios da nova equipe que está à frente da gestão da Biblioteca Pública Municipal Carlos Dorval Macedo, criada em Lages em 1952. Novos planos de ação estão sendo desenvolvidos, e a busca pelo aperfeiçoamento e consultorias externas é o início de uma nova fase para este equipamento cultural.
A coordenadora do Sistema de Bibliotecas Públicas de Santa Catarina, vinculada à Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Gizelle Freitas, participou do Encontro Estadual de Patrimônio Cultural, que está acontecendo nesta terça e quarta-feira (29 e 30) na Fundação Cultural de Lages (FCL). Ela ministrou uma oficina sobre Gestão de Acervos, com base na temporalidade, formação, desenvolvimento e também o descarte da coleção, caso haja necessidade. Além de Lages, também participaram bibliotecários de outros municípios.
Gizelle aproveitou sua passagem por Lages para conhecer a Biblioteca Pública do município e fazer suas considerações e intervenções, no sentido de melhorar ainda mais o atendimento ao público e organização do acervo. “Tentamos ajudar de alguma forma, primeiro conhecendo a situação, escutando a comunidade e analisando este equipamento cultural, que é tão importante para o município, para assim descobrir de que forma podemos contribuir para as melhorias”, diz Gizelle.
Em um panorama estadual, o Sistema de Bibliotecas conseguiu registrar mais de 80% das bibliotecas públicas catarinenses através de um cadastramento, em que Lages está incluída. Com base nisso, existe um movimento de assessoria e suporte a estes espaços. “É uma realidade o sucateamento de alguns equipamentos culturais e esvaziamentos das equipes, por diversos fatores. Lages possui uma ótima estrutura, bem localizada, mas também apresenta problemas, como em qualquer outro município. Portanto, estamos na busca pelas soluções, com uma equipe consciente, o que já é um passo à frente para o sucesso”, comenta.
Incentivo à leitura e parceria com a população
Gizelle aponta que a função das Bibliotecas Públicas se apoia muito mais no caráter social do que na gestão do acervo e sua manutenção interna. Há necessidade do empoderamento da comunidade e incentivo à leitura, para que o local tenha logrado êxito em sua existência. “A biblioteca de Lages, com seus mais de 60 anos, formou gerações ao seu entorno, que além de contar histórias, também às possui, participando das histórias das famílias que por ela passaram. E essa mesma comunidade precisa enxergar este espaço com a mesma necessidade de estar bem equipado, assim como as unidades de saúde, por exemplo.”
Uma boa gestão, com projetos ativos e estimulantes, aliados à parceria da comunidade, é essencial para que a Biblioteca se sustente ativa. “O amor pela leitura é uma conquista diária, não pode ser uma mera obrigação acadêmica. Trabalhar com a transformação social passa pela acessibilidade cultural seja através dos livros, recursos eletrônicos ou outras iniciativas.”
Atividades em andamento e novos projetos
A nova bibliotecária, Wemylinn Andrade, que assumiu a responsabilidade de gerir o equipamento em abril, chamada através do mais recente concurso público municipal, já se inteirou sobre todos os projetos e ações desenvolvidas no local.
Muitos estão em andamento, como a Contação de Histórias, aulas de xadrez e curso de informática, que acontecem semanalmente, além de Mostras de Curtas, realizadas uma vez por mês. Outros estão em planejamento, como a instalação do sistema wifi, com intuito de levar ainda mais jovens antenados ao mundo da tecnologia para dentro do espaço da biblioteca, além da reestruturação e atualização do acervo, organização de exposições de arte e melhoria da acústica, para que o barulho produzido com as ações não atrapalhem os momentos de concentração durante as leituras. “Temos muitas propostas interessantes, e uma delas é trazer voluntários para dentro da Biblioteca, já que existem muitas pessoas que se dispõem a trabalhar no incentivo à leitura. Queremos encher este espaço de pessoas, já que temos à disposição um parque lindo ao lado, um ambiente agradável e propício a boa leitura”, diz Wemylinn.
A gerente da Biblioteca, Teca Gonçalvez Branco, diz que nos últimos quatro meses o fluxo de pessoas da comunidade e de empréstimos de livros aumentou consideravelmente. “Procuramos sempre divulgar os projetos e tentar trazer as pessoas para que usufruam deste ambiente, como um espaço de lazer, cultura e integração entre os usuários”, diz Teca.
A Biblioteca está com as portas abertas de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, sem fechar ao meio-dia. Possui um acervo com 38 a 40 mil volumes, desde livros, obras em braille, periódicos, discos, CDs e revistas. O local também conta com um laboratório de informática, com a disponibilização de Internet, sob a supervisão do técnico de informática Rodrigo de Matos. A equipe conta ainda com a professora e auxiliar dos projetos, Rosângela Aparecida Raitz e a contadora de histórias, Ivone Balzan.


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