a que empresários coloquem dinheiro nas mãos de
políticos. Na sua visão isso significa “a volta de Joesley”, um dos
proprietários do Grupo JBS que denunciou na PGR o envolvimento de Michel Temer
(PMDB) em corrupção.
“Todos
os países com democracias modernas, especialmente na Europa, constroem
instrumentos públicos, fundos públicos, para financiar os processos eleitorais e
evitar a promiscuidade e o conluio entre o setor privado e políticos (...)
Fundo eleitoral sim, mas não queremos campanhas milionárias. Vamos reduzir os
valores e discutir ideias, propostas e projetos. Vamos discutir abertamente e
publicamente os critérios e valores. Entendo que podemos chegar a 70% dos
valores gastos na última eleição,” destacou Uczai.
O
parlamentar petista ainda classificou a proposta de mudança no sistema
proporcional para o chamado ‘distritão’ nas eleições para a Câmara dos
Deputados e Assembleias Legislativas em 2018 como uma afronta à renovação na
política. Segundo ele, os atuais deputados federais que querem o ‘distritão’
precisam se proteger para manterem-se no cargo de deputado. “Eles votaram para
proteger o Temer das investigações, para acabar com os direitos trabalhistas e
agora eles têm medo de disputar uma eleição mais aberta, com mais
candidaturas”, destacou.
O
chamado ‘distritão’ é um sistema político adotado em apenas quatro países no
mundo todo: Afeganistão, Jordânia, Vanuatu e Ilhas Pitcairn. Esse modelo
dificulta o surgimento de novas lideranças políticas nos estados. Santa
Catarina, por exemplo, possui 16 cadeiras na Câmara Federal, pelo ‘distritão’
os 16 mais votados seriam os eleitos. Esse modelo restringe o número de
candidatos e, consequentemente, com essa diminuição a tendência é que os
partidos indiquem para serem candidatos em 2018 os políticos que já possuem
mandato. “Mesmo que o povo peça mudança, não terá candidatos novos para
escolher”, avalia Uczai.
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