*
Diante do descrédito da classe política brasileira, manchada
pelas constantes denúncias de corrupção e pelo mau uso do dinheiro público, uma
palavra ganha força no cenário eleitoral do país e surge quase como uma
necessidade: renovação. Embora ela já esteja na ponta da língua da maioria dos
que almejam um cargo eletivo em outubro, a palavrinha mencionada vai além de
novos nomes e rostos no duelo por cadeiras públicas: o que estará sob a análise
dos eleitores que forem às urnas é a postura inovadora. O que você, candidato, propõe
de novo ao país que possibilite resultados práticos e que transcenda ao
discurso ideológico e político?
Hoje, para a maioria dos brasileiros, as respostas dadas a
esta pergunta estão longe de convencê-la a apertar o botão verde nas urnas. Os
números da pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva/Ideia Big Data para o
projeto de capacitação de novas lideranças criado em São Paulo, RenovaBR, do
qual faço parte ao lado de outros cinco catarinenses, são prova disso.
A pesquisa quantitativa online, realizada de 24 a 26 de
janeiro de 2018, com 1.500 pessoas acima de 18 anos em todo o Brasil mostra que
96% dos brasileiros não se sentem representados pelos políticos em exercício e
97% acreditam que é preciso ter renovação na política. Ainda, 78% dizem que não
votariam em um político que esteja exercendo mandato parlamentar atualmente e
74% acreditam que a própria população é quem mais tem condições de promover a
renovação na política.
Insatisfação
Quando o assunto é a avaliação dos políticos de forma geral,
a crítica e a insatisfação são ainda mais fortes: de zero a dez, nenhum
entrevistado deu nota acima de 2; apenas 11% acreditam que os políticos
brasileiros se preparam para o mandato e 6% que eles pensam nas necessidades da
população para tomar decisões.
São números que reverberam o descrédito e, por isso, a
análise mais criteriosa e o voto mais consciente são duas posturas esperadas
dos eleitores neste ano. Se 97% deles querem renovação, 99% acham que ela
começa com a mudança de postura do eleitor.
Diante de tanta crítica, qual deve ser a nova postura do
candidato? O papel é convencer as pessoas de que ainda vale a pena acreditar,
que vale a pena ir até a urna e votar numa nova postura, diferente da
clientelista, de populismo, de ciclos de dependência, mas uma postura
responsável, de políticas públicas de interesses difusos que apontam caminhos e
trazem resultados macros. Para isso, no entanto, é necessário muito mais que a
filiação partidária, o número na urna e um discurso pronto. Postura é sinônimo
de atitude, não só no dicionário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário