Um aguardado relatório do governo dos Estados Unidos sobre OVNIs (objetos voadores não identificados) deve ser finalmente publicado no fim deste mês.
O documento será divulgado após um pedido do Congresso americano e a revelação de uma série de textos escritos por militares que relatam "veículos movendo-se de forma errática no céu".
A liberação dessas informações também está alinhada com uma mudança cultural, com representantes militares e políticos passando do ceticismo para a curiosidade sobre esses supostos objetos voadores.
Vale notar, no entanto, que são poucas as evidências conclusivas que confirmam qualquer "visita intergalática". Resta saber agora se o novo relatório mudará alguma coisa.
Porta-vozes do governo e do meio militar americano alegam que, caso essa tecnologia não seja alienígena, ela pode muito bem pertencer a adversários geopolíticos, como Rússia ou China.
O que se sabe sobre o relatório?
Em agosto de 2020, o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, criou a Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados com o objetivo de examinar o aparecimento de aeronaves desconhecidas.
Basicamente, o trabalho do grupo consistia em "detectar, analisar e catalogar" esses eventos, bem como "obter uma visão" da "natureza e origens" dos OVNIs, afirmou o Pentágono.
Uma versão confidencial do relatório feito pela força-tarefa foi fornecida a membros do Congresso no início deste mês.
Porta-vozes que não quiseram se identificar disseram a veículos de imprensa dos Estados Unidos que o relatório não encontrou nenhuma evidência de atividade alienígena, mas também não descartou essa possibilidade.
A força-tarefa também teria estabelecido que os supostos OVNIs observados não advinham de uma tecnologia militar secreta de origem americana.
As autoridades examinaram mais de 120 incidentes e observações relatados nas últimas duas décadas, incluindo três vídeos que o Pentágono liberou no ano passado com "fenômenos aéreos inexplicáveis".
Embora nenhuma revelação bombástica seja esperada, a existência de um relatório do governo sobre uma questão tão ridicularizada nas últimas décadas mostra como os OVNIs se espalharam do reino da cultura pop e da ficção científica para o mundo da segurança nacional dos Estados Unidos.
Por que esse tema ganhou importância?
A pressão pública para que os Estados Unidos liberem o que sabem sobre alienígenas vem crescendo há décadas, enquanto grupos civis coordenados por supostos ufólogos (especialistas em OVNIs) argumentam que evidências sobre o assunto foram "escondidas" pelo governo.
O Pentágono vem coletando dados de forma discreta desde 2007, como parte do pouco conhecido "Programa de Identificação Avançada de Ameaças Aeroespaciais".
O dinheiro para o programa veio a pedido do senador Harry Reid, do Partido Democrata. Ele representa o estado de Nevada, onde se localiza a famosa Área 51 — a base militar onde os teóricos da conspiração acreditam que os restos coletados de um acidente alienígena na cidade de Roswell foram estudados desde 1947.
Ex-funcionários de alto escalão e até ex-presidentes recentemente deram declarações sobre o tema.
John Podesta, gerente de campanha de Hillary Clinton e ex-chefe de gabinete no governo de Bill Clinton (1993-2001), há muito um seguidor das teorias de OVNIs, prometeu durante a campanha presidencial de 2016 que seriam divulgados relatórios confidenciais do governo, caso Hillary fosse eleita.
Em uma entrevista no ano passado, o então presidente Donald Trump disse que não revelaria — nem mesmo para sua família — o que havia aprendido sobre alienígenas.
"Não vou falar com você sobre o que sei sobre isso, mas é muito interessante", afirmou à época.
O ex-presidente Barack Obama foi mais objetivo em maio, quando disse ao apresentador de TV James Corden: "Quando assumi o cargo, perguntei: existe um laboratório em algum lugar onde estamos mantendo os espécimes alienígenas e as naves espaciais? Eles pesquisaram um pouco e a resposta foi não."
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