Protocolo de intenções
que será assinado nesta semana em Santa Catarina integra uma iniciativa que irá
aliar conservação da natureza e desenvolvimento econômico
No mês em que se
celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, a região do Planalto Serrano Catarinense
tem muito a comemorar. O Governo do Estado de Santa Catarina, por intermédio da
Companhia de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (CODESC), juntamente
com a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI) e a
Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, assinam em São Joaquim (SC),
nesta segunda-feira (10), um protocolo de intenções para fortalecer cadeias
produtivas sustentáveis, gerando renda e reduzindo o impacto ambiental da
produção de dois produtos típicos da região: a erva-mate e o pinhão. No mesmo
dia, haverá a inauguração do Escritório de Inovação de São Joaquim.
Com a assinatura do
documento, é dado mais um importante passo para colocar em prática um projeto
elaborado pela Fundação Grupo Boticário e a Fundação CERTI, para o
desenvolvimento regional e a redução dos impactos ambientais da produção de
pinhão e erva-mate, produtos que integram a economia de Santa Catarina e que
possuem relevância cultural nos três estados do Sul do Brasil. De acordo com
dados de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa
Catarina produziu 36.117 toneladas de erva-mate no período, gerando um valor de
R$15,184 milhões. Já a produção de pinhão no mesmo período foi de 2.476
toneladas, com um retorno de R$2,785 milhões.
Para a elaboração desse
projeto, foi realizado um diagnóstico detalhado sobre as duas cadeias
produtivas, que será divulgado no próximo dia 24 de junho, data em que se
comemora o Dia Nacional da Araucária. “A partir do diagnóstico, foi desenhado um
projeto para fortalecer as cadeias produtivas do pinhão e da erva-mate, de modo
a reduzir o impacto negativo dessas culturas para o meio ambiente. Além de
reduzir a pressão sobre a Floresta com Araucárias, também pretendemos gerar
impactos positivos, promovendo a inovação e a agregação de valor a esses
produtos, valorizando assim a produção menos impactante à natureza”, explica
Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, instituição sem fins
lucrativos de atuação nacional que tem como missão promover e realizar ações de
conservação da natureza.
A iniciativa envolverá
diversos atores das cadeias produtivas da erva-mate e do pinhão: produtores
rurais; pequenas e médias indústrias – entre as locais e as de atuação nacional
e internacional; redes de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos; além de
investidores e representantes do poder público. Para integrar os diferentes
atores envolvidos, o projeto prevê a incubação de uma nova instituição, que terá
papel de facilitadora, promovendo o fluxo de informações, estratégias e boas
práticas em toda a cadeia. “Em uma ponta serão organizados os produtores rurais,
que passarão a receber orientação e apoio para adotarem práticas de produção com
impacto reduzido para o meio ambiente. Com a adoção dessas práticas, eles passam
a ter acesso a um mercado diferenciado, formado por uma coalizão de grandes
empresas compradoras, interessadas em insumos sustentáveis e com
rastreabilidade”, ressalta Malu.
A capacitação dos
integrantes da instituição facilitadora será feita pela Fundação CERTI,
instituição de tecnologia aplicada e inovação, que desenvolve soluções
para a iniciativa privada, governo e terceiro setor. “Buscamos desenvolver
um ambiente de inovação, a exemplo do que acontece em outras regiões e setores
econômicos, mas com foco no desenvolvimento de cadeias da sociobiodiversidade. É
um modelo inovador de desenvolvimento regional, que pode ser aplicado a outros
biomas brasileiros”, esclarece Marcos Da Ré, diretor do Centro de Economia Verde
da Fundação CERTI.
Segundo a diretora
executiva da Fundação Grupo Boticário, a assinatura do protocolo de intenções é
fundamental para a conservação da natureza local. “Estamos unindo forças para
aprimorar a produção da erva-mate e do pinhão, de modo que esses produtos da
Mata Atlântica possam continuar existindo e proporcionando emprego e renda para
a população de Santa Catarina”, diz Malu Nunes. Ela destaca ainda que, com a
valorização desses itens, também será possível garantir a conservação de
diversas espécies de vegetais e de animais que integram a tão degradada Floresta
com Araucárias, como, por exemplo, o papagaio-do-peito-roxo e o papagaio-charão,
espécies ameaçadas que dependem diretamente da conservação dessa
floresta.
Estarão presentes no
evento Autoridades Públicas Federais, Estaduais, Municipais e representantes da
Iniciativa Privada.
Serviço:
Assinatura do Protocolo
de Intenções
Dia: 10/06/2013
Local: Secretaria de
Desenvolvimento Regional de São Joaquim – SDR/SJ
Rua Getúlio Vargas, 8 -
Centro - SJ
Horário: 16h
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