"Todos nós sabemos que o modelo
democrático brasileiro é limitado, quer dizer, democracia há porque há
liberdade, mas ela é injusta porque nem todos acessam. Isso é um fato
real. Muitas vezes o Estado brasileiro está de costas para as pessoas e
eu não falei governo, eu falo Estado porque eu incluo aí todos os
poderes. Então, os partidos políticos perderam credibilidade, os
sindicatos, muitos veículos de comunicação também. Está se questionando
tudo isso, eu acho isso muito bom.
Acho
que um processo de democracia pressupõe mobilização, organização e
conscientização, que é o mais importante. Mesmo que não fique claro
sobre o que você está protestando, há um sentimento de mudança, de
desejo de evoluir, de aperfeiçoar, porque o Estado brasileiro é muito
caro e devolve muito pouco. Agora, esse é um diagnóstico, existem todas
as consequências.
É importante que o movimento seja autêntico, que o movimento seja independente, é importante que ele seja fiscalizador. Ele não pode contaminar, ele não pode ter radicalismos, não pode ser aproveitado por pessoas que querem destruir, que são anarquistas. Mas é um belo exemplo de democracia. As pessoas se mobilizam por um novo fenômeno das redes sociais, então, a gente tem que acompanhar. Ele vai deixar, com certeza, uma série de ensinamentos. Ele traz muitas preocupações, muita vontade de entender esse fenômeno. Eu acho que é um grande desafio mas, sinceramente, eu recebo ele com alegria, eu acho que é uma oportunidade. Tomara que a sociedade brasileira saiba aproveitar esse momento, aprender com ele e modificar o que precisa ser modificado."
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