“Lages
está em uma região que possui água de qualidade e em abundância, mas precisamos
trabalhar na prevenção para que não aconteça a escassez.” MichellePelozato
O Dia
Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março, é sempre uma data permeada por
reflexões sobre os cuidados necessários para sua preservação. Em Lages, várias
instituições como o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Instituto José
Paschoal Baggio e o Comitê Canoas se juntaram à prefeitura, através da
Secretaria de Meio Ambiente e da Secretaria Municipal de Águas e Saneamento
(Semasa), para realizar atividades alusivas nesta terça-feira (29).
O evento
“Arte Vida Verde”aconteceu no calçadão da praça João Costa durante toda a
tarde, envolvendo a comunidade e estudantes que participaram da programação.
Cerca de 350 alunos de dez Escolas Municipais de Educação Básica (Emeb)
passaram pelo local.
A
coordenadora de educação complementar do Sesc, Silvia Oliveira, lembra que
muitos países e algumas regiões do Brasil já sofrem com a escassez da água, e
que nem sempre ter em abundância significa ser de qualidade. “Nossa intenção é
refletir como estamos utilizando a água, que é um elemento natural à nossa
disposição, e nem sempre usamos da melhor maneira. Por isso precisamos tomar providências
para evitar a contaminação e poluição”, diz.
Uma das
atividades realizadas no calçadão foi a coleta do óleo de cozinha, que é um
agente altamente poluidor do meio ambiente. Na maioria das vezes, pessoas
desinformadas acabam não dando a destinação correta, indo parar nos córregos
através da tubulação de esgoto. “Precisamos ter consciência de que os cuidados
que temos com o meio ambiente se refletem na nossa própria saúde”, acrescenta
Silvia.
Os alunos
participantes assistiram a um vídeo informativo sobre os cuidados com a água,
oficinas recreativas e a confecção de uma faixa com muitos metros de extensão,
na qual foram inseridos recadinhos para a comunidade sobre a importância da
preservação.
Monitoramento
do rio Carahá
Todo o mês
de março foi voltado às ações de conscientização e preservação da água na
região. Recentemente, em um evento juntamente com o Comitê Canoas, foi assinado
o Plano Estadual das Bacias Hidrográficas do Estado. Também foi realizada a
quarta edição do Margem Limpa, com a participação de aproximadamente 150
voluntários para a retirada de lixo das margens do rio Carahá.
Outra
medida importante foi a colocação de placas de monitoramento da qualidade da
água do riodentro do perímetro urbano. Esse trabalho está sendo realizado pela
prefeitura em parceria com o Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV),
Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico (Cisama) e o Comitê Canoas.
As placas
foram distribuídas nos 16 pontos, ao longo dos sete quilômetros de extensão do
Carahá. Após o monitoramento e a análise, as etiquetas foram colocadas em cada
ponto sinalizando a qualidade da água, apontando como “ruim”em quase todos eles
e apenas três pontos foram classificados como “razoável”. “A qualidade da água
do rio Carahá se mostra bastante preocupante em quase toda a sua extensão.
Serve como base para algumas medidas que possam ser tomadas pelo poder público
e instituições no intuito de amenizar essa situação”, comenta o acadêmico do
curso de Engenharia Ambiental do CAV, Natan Liz Zambelli.
A maior
parte da causa da poluição é o despejo de esgoto de forma irregular, que acaba
atingindo o rio.De acordo com a bióloga da Secretaria de Meio Ambiente,
Michelle Pelozato, providências estão sendo tomadas, como o Plano Municipal da
Mata Atlântica, revendo a questão das matas ciliares que contribuem com a
manutenção da temperatura da água e inserção de seres vivos na água, melhorando
a qualidade do ambiente aquático. “Serão metas que deverão ser alcançadas nos
próximos anos para melhorar a qualidade da água. Lages está em uma região que
possui água de qualidade e em abundância, mas precisamos trabalhar na prevenção
para que não aconteça a escassez”, diz Michelle.
Legenda: O Arte Vida Verde aconteceu na praça João Costa envolvendo a comunidade e estudantes (Foto: Nilton Wolff)
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