Rose
Possato destaca a série histórica de recursos municipais para o segmento embora
haja recessão econômica e os repasses federais sejam insuficientes para
corresponder à demanda
Em
audiência pública promovida na noite desta quarta-feira (23) pela Câmara de
Vereadores, a secretária de Saúde, Rose Possato, apresentou detalhadamente os
avanços no setor nos últimos anos, destacando as medidas de gestão adotadas ao
longo do tempo, além das problemáticas e desafios a serem superados. Rose ouviu
indagações e apontamentos de pessoas de diferentes comunidades e dos próprios
legisladores. O secretário da Fazenda, Mateus Lunardi, e a diretora
administrativa e financeira da Secretaria de Saúde, Sônia de Souza,
participaram.
Mateus
frisou que as dificuldades financeiras impedem a expansão de algumas ações. “O
problema são as fontes de financiamento da saúde. O país está em crise gerando
reflexos em Lages”, argumenta. Todavia, assegurou que os recursos para as obras
das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos bairros Gethal e Centenário estão
garantidos.
Quanto à
Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), reforça que com o cenário de recessão
econômica, a empresa executora das obras se viu acuada pela inflação e elevação
de preços, percebendo cair sua margem, fazendo surgir impasses, até ocorrer a
desistência dos trabalhos. “Aí o poder público chama a segunda colocada, que
não se interessa, então abre nova licitação. É algo moroso”, esclarece.
Investimento
acima da média
A secretária
Rose Possato destacou a série histórica de investimentos municipais para o
segmento embora haja atualmente recessão econômica e os repasses federais do
Ministério da Saúde sejam insuficientes para corresponder à demanda. O
Ministério preconiza que 15% da dotação orçamentária mensal municipal seja
aplicado em saúde, porém, em Lages, o índice está em 21%.
Em 2010 os
investimentos estavam em 16,51%, alcançando 21% em 2014 e 2015. Também em 2015
foram investidos R$ 345 mil em exames laboratoriais por mês, sendo que em 2009
eram R$ 216 mil. A administração gastou, em 2015, R$ 2,103 milhões em recursos
próprios para os exames. A secretária recorda que em cinco anos (2010 a 2015) o
repasse do Ministério da Saúde ainda é o mesmo: R$ 170 mil mensais.
Repasses
em dia
Das cotas,
Rose Possato salienta que são liberados R$ 250 mil mensais. “É preciso haver
planejamento e pensar primeiramente no paciente e depois no prestador dos
serviços, que tem de receber em dia para cumprir com suas obrigações. Há um ano
os pagamentos são feitos rigorosamente em dia”, assegura. Sobre os pagamentos
aos laboratórios, houve manifesto de um representante de um dos prestadores de
serviços que afirmou estar o município em dia com os recursos repassados
mediante exames realizados.
Quanto ao
pronto-atendimento Tito Bianchini, esclarece que em 2010 foram gastos R$ 2,900
milhões em exames laboratoriais, sendo que em 2015 o número subiu para R$ 4,143
milhões. Questionada sobre as sessões de fisioterapia, destaca que o Ministério
da Saúde repassa o valor de R$ 23 mil para Lages e todos os demais municípios
da Serra, contudo, a prefeitura investe R$ 80 mil através de cota
pré-estabelecida.
Ela diz
que embora haja cota, mais de R$ 90 mil foram aplicados em fisioterapias em
fevereiro deste ano contemplando pacientes que sofreram Acidente Vascular
Cerebral (AVC), acidentados ou no pós-operatório. Um dos entraves, segundo
Rose, diz respeito aos pacientes que obtêm suas autorizações em requisições,
mas não comparecem às clínicas para se submeter à sessão. Em 2010 o município
investiu R$ 64 mil mensais em fisioterapia, e em 2015 foram R$ 115 mil.
Custos
com exames
Os
investimentos em médicos foram de R$ 4,256 milhões em 2010 contra R$ 7,118
milhões em 2015. Os exames complementares, como de ultrassom, colonoscopia,
endoscopia e ecocardiograma tiveram investimentos de R$ 624 mil em 2010 e de R$
1,832 milhão em 2015. Os internamentos de longa permanência sem prazo de alta,
por determinação da Justiça, também estavam na pauta da secretária que
enfatizou os R$ 335 mil no ano passado. A parceria com o Consórcio
Intermunicipal de Saúde (CIS/Amures) foi mencionado, sendo que em 2010 foram R$
106 mil ao mês e em 2015, R$ 227 mil.
Reorganização
e cadastramentos
Existem
1.823 pacientes cadastrados para o recebimento de fitas reagentes a HGT. Em
2010 eram investidos R$ 129 mil com salto para R$ 171 mil no ano passado. A
previsão para 2016 é de R$ 211 mil com média mensal de R$ 17 mil. Das fraldas
geriátricas, em 2011 foram investidos R$ 29 mil e em 2015, R$ 134 mil.
Uma
significativa mudança foi observada quanto ao fornecimento de leites especiais.
Rose destacou na audiência pública que em 2010 foram aplicados R$ 151 mil e em
2015, R$ 110 mil. A redução se deu em face da revisão e atualização do
protocolo, cadastramento dos pacientes junto ao Cadastro Único (CadÚnico),
aproximação com o Ministério Público e aproximação dos profissionais aos
pacientes
Farmácia
Solidária
Rose
Possato relembra que em oito meses foram realizadas 150 cirurgias de catarata e
que houve atrasos nos repasses por parte do Estado, fato que vem se
normalizando. Para finalizar, informou que no próximo mês será inaugurada a
primeira Farmácia Solidária em Lages, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do
bairro Coral, uma iniciativa que busca, de forma unida e comunitária, arrecadar
doações de medicamentos e de equipamentos, como camas hospitalares e andadores.
Emenda
parlamentar
Durante a
audiência pública, o vereador Agessander Belezinha entregou à secretária Rose
Possato documento relacionado à emenda da deputada federal Ângela Albino, no
valor de R$ 100 mil para a saúde.
Legenda: A
audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores na noite desta
quarta-feira (Foto: Marcio Avila)
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