A
tecnologia é responsável por muitas das comodidades que experimentamos
atualmente. Algumas, no entanto, passaram a fazer parte do nosso cotidiano há
tanto tempo que estão naturalizadas. É assim, por exemplo, com a energia
elétrica. Ao longo dos anos esse recurso tão necessário foi evoluindo e, cada
vez mais, é possível ter acesso a fontes renováveis e sustentáveis.
No
final de um filme aguardado, no meio da noite ou no jogo de decisão de um
campeonato, são nesses momentos em que a falta de energia elétrica mais é
percebida. Porém, a escassez desse bem precisa ser levada a sério, pois a
produção como conhecemos atualmente, gerada principalmente por meio de
hidrelétricas, corre sérios riscos. Com alagamento de florestas, impactos
consideráveis na fauna e flora, além da retirada de populações inteiras, a
construção de usinas aponta para necessidade iminente de um novo projeto para a
produção de energia. Limpa, renovável e cada vez mais acessível, a energia
solar deixa claro o potencial que possui.
Somente
nos dois últimos anos a produção fotovoltaica teve incremento de 70% em todo o
mundo. Estima-se, inclusive, que 90% das unidades existentes foram instaladas
nesse período. É baseada nesse contexto que a Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar) acredita que até 2030 os projetos nessa área
alcancem os 25 gigawatts. Desse total, 68% corresponderiam a usinas de grande
porte e o restante à geração distribuída em residências, edifícios comerciais e
condomínios. Com esses avanços, a expectativa é de que ocorra um aumento
significativo nos percentuais referentes à matriz energética, passando dos
modestos 0,02% de 2015 para 10% nos próximos 13 anos.
São
várias as razões para esse crescimento tão significativo. Entre eles, e talvez um
dos mais relevantes, é o barateamento dos equipamentos. Nos últimos dez anos,
por exemplo, houve redução de 70% no preço de aquisição da energia solar. Isto
gera ainda outro dado positivo, a diminuição de tempo para retorno no
investimento que antes era de 25 anos e agora é, em média, de somente oito. São
muitas as vantagens financeiras e ambientais ao se optar pela geração de
energia solar. Vivemos em um país com abundância de recursos naturais e que
necessitam ser mais bem aproveitados. Isso pode colocar o Brasil como uma
referência internacional nessa área e, acima de tudo, mostrar que existem
alternativas viáveis para o consumo consciente.
Gilberto
Vieira Filho, presidente da Quantum Engenharia
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