País mais afetado pela pandemia atualmente, a Índia registrou nesta quarta-feira (5) mais um recorde diário de mortes por Covid-19 e chegou ao 14º dia seguido com mais de 300 mil novos casos.
Foram 3.780 óbitos e 382 mil infectados nas últimas 24 horas, segundo dados do governo indiano.
O país foi responsável por 47% de todos os casos e 27% de todas as mortes por Covid-19 do mundo nos últimos sete dias, segundo dados do "Our World in Data".
Na segunda-feira (3), a Índia ultrapassou México e se tornou o terceiro país com mais mortes por Covid-19 do mundo. Na terça-feira (4), passou dos 20 milhões de infectados.
Mesmo registrando os maiores números da pandemia atualmente, há fortes indícios de subnotificação no país, que é o segundo mais populoso do planeta e tem mais de 1,3 bilhão de habitantes.
A segunda onda de Covid-19 na Índia fez com que os hospitais ficassem sem leitos e oxigênio e deixou necrotérios e crematórios transbordando. Muitas pessoas morrem em casa ou em ambulâncias, na porta dos hospitais, à espera de uma cama ou oxigênio.
Diversas cidades têm feito cremações em massa e durante a noite para atender ao volume de corpos, que é muito maior do que os balanços do governo. Parentes precisam pagar pelo oxigênio nos hospitais e até pela lenha nos crematórios.
Críticas ao governo
O governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tem sido amplamente criticado por ter comemorado precocemente o "fim da pandemia" e não ter agido antes para suprimir a segunda onda do vírus.
Para não afetar a economia, Modi se recusou a adotar um lockdown nacional, como fez em 2020, e o governo autorizou festivais religiosos e comícios políticos que atraíram multidões.
Diante da inação do governo federal, ao menos 11 estados e territórios impuseram algum tipo de restrição para tentar conter as infecções.
Índia bate novo recorde de mortes por Covid e cresce a pressão por um lockdown nacional
G1
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