Lages tem uma semana de espetáculos de teatro gratuitos (programação

 

“As instituições, poder público e grupos independentes da cidade oferecem a programação e organizam o festival, mas cabe ao cidadão prestigiar os eventos e passar a consumir estes produtos culturais.” Gilson Maximo de Oliveira

 

Durante o Festival de Teatro (Fetel), Lages se transforma em um celeiro da arte e da cultura, com apresentações em praças públicas, escolas e teatros. A 35ª edição do festival, um dos mais tradicionais do Sul do país, com participação de companhias de renome nacional, terá sua abertura oficial na segunda-feira (22), às 20h30min, no Marajoara, prosseguindo até o sábado dia 27.

O Grupo de Teatro Cirquinho do Revirado, de Criciúma (SC), será o primeiro a se apresentar, com o espetáculo “Julia”, na segunda-feira, às 10h30min, na escola estadual Rubens de Arruda Ramos. O grupo está enquadrado na categoria Rua, com apresentações das companhias todos os dias em escolas e no calçadão da praça João Costa. À noite, no Marajoara, será a vez da Cia. Opereta Biônica, de Curitiba (PR), apresentar a peça “A farsa da mulher do Zebedeu”, na categoria Adulto. Antes tem a solenidade oficial.

 

Linguagem cênica variada

 

O Fetel deste ano trará a Lages espetáculos divididos nas categorias Rua, para Crianças e Adulto, alguns com origem no palco italiano. As linguagens cênicas serão variadas, com teatro de bonecos, de sombras, de atores e utilização de equipamentos multimídias por alguns grupos. O público terá um repertório bastante diversificado, com textos teatrais, atuações e direções diferentes.

Um dos coordenadores do festival, Gilson Maximo de Oliveira, lembra que este é um dos eventos mais antigos da cidade – as 34 edições não aconteceram de forma ininterrupta. “Já faz parte do calendário municipal, com muita expectativa acerca de sua programação. A Fundação Cultural está conseguindo manter a tradição de ser totalmente gratuito, oferecendo programação de qualidade tanto nos bairros quanto no Centro da cidade”, diz.

 

Grupos locais

 

O festival, segundo Gilson, está vinculado a uma tradição teatral com muitos representantes na cidade, que não poderiam ser deixados de lado em um momento quando os olhares se voltam para o teatro. “Em uma rearticulação conseguimos colocar três grupos locais, um em cada categoria. Independente de ser amador ou profissional, o mais importante é que estamos realizando o festival na nossa casa e temos representantes”, comenta.

Os grupos lageanos inseridos na programação são o Menestrel Faze-dô, com o espetáculo “Amora e Jaguatirica”; Usina de Ideias, com “Máquinas Humanas”; e a Cia. de Teatro do Outro Mundo com a peça “Semeai e colhei”. Gilson acredita que o festival é uma oportunidade para os grupos locais aprimorarem suas técnicas, através do contato com companhias profissionais, de diferentes regiões do país.

Um dos objetivos é a formação de público e a popularização do teatro, estimulando o interesse da população pela arte e criar o hábito de passarem a frequentar casas culturais. “As instituições, poder público e grupos independentes da cidade oferecem a programação e organizam o festival, mas cabe ao cidadão prestigiar os eventos e passar a consumir estes produtos culturais”, explica.

 

Mostra paralela

 

A Fundação Cultural de Lages abriu uma seleção pública para prestigiar todos os trabalhos de teatro que acontecem nas escolas. Alguns serão apresentados no Teatro de Bolso do Serviço Social do Comércio (Sesc). A mostra paralela conta com apoio logístico e mobilização da comunidade pelos órgãos públicos. “Será uma oportunidade ímpar para a sociedade ver o que acontece no âmbito do teatro estudantil da própria cidade e valorizar esses grupos para que no futuro possam se transformem em atores, atrizes e diretores com espetáculos mais aprimorados e possam participar da mostra oficial”, finaliza Gilson.