A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) defendeu que a
fosfoetanolamina só poderá ser distribuída em grande escala a partir do
acompanhamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do
reconhecimento de todas as quatro fases que se exige da pesquisa clínica no
Brasil.
Apesar de defender cautela na aprovação do uso da
substância, a parlamentar disse que é preciso acreditar na pesquisa feita no
Brasil. “Neste caso específico, precisamos reconhecer que este medicamento vem
sendo produzido por uma universidade, já foi distribuído para diversos
pacientes, e há relatos de pacientes do resultado do medicamento”, disse ela,
pedindo agilidade no processo de análise clínica do novo composto.
A deputada também destacou o papel importante da subcomissão
da Câmara criada para acompanhar as ações do grupo de trabalho do Ministério da
Saúde responsável por apressar as etapas de aprovação e desenvolvimento clínico
do medicamento.
Início da pesquisa
O diretor superintendente do Hospital Amaral Carvalho,
Antônio Luis Cesarino de Moraes Navarro, informou, que a pesquisa que deu
origem à síntese da fosfoetanolamina começou a partir de um convênio firmado em
1995 entre o hospital e o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da
Universidade de São Paulo (USP) para estudar bactericidas e fungicidas
(polímeros) derivados da mamona. Ele participa de comissão geral no Plenário da
Câmara dos Deputados sobre o uso da fosfoetanolamina no tratamento do câncer.
Segundo Navarro, no entanto, o hospital não se aprofundou na
pesquisa da substância, uma vez que os estudos clínicos só tiveram início 12
anos depois. “Em relação à fosfoetanolamina, especificamente, os estudos
clínicos só surgiram em 2007, quando o pesquisador Gilberto Orivaldo Chierice
orientava uma tese de mestrado. Ou seja, o hospital não se aprofundou nos
estudos por não haver a análise pré-clínica da substância”, disse.
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