Técnicos
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), estiveram em
Lages na quinta-feira (16), para uma vistoria técnica na Coxilha Rica. Na
região, que há alguns anos já está sendo mapeada e estudada pelo órgão, estão
localizados os chamados muros de taipa. Esse sistema rudimentar que formou
grandes corredores para limitar áreas do gado e dividir fazendas, está prestes
a se tornar um patrimônio histórico do país. Se no passado, os muros de pedra
fizeram parte do processo histórico da fundação de Lages, no futuro elas também
devem estar inseridas no processo de desenvolvimento da região. Isso porque, a
análise do IPHAN também está considerando a preservação dos muros dentro do projeto
de pavimentação da SC 390.
Para
verificar in loco e analisar o impacto do projeto, três técnicos do IPHAN,
acompanhados do secretário de Planejamento e Infraestrutura de Lages Clayton
Bortoluzzi, do procurador da República em Lages, Nazareno Jorgealém Wolff e de
representantes da FATMA e do DEINFRA, percorreram de carro 27 km da primeira
parte (partindo da BR 116, na localidade da Vigia, em Capão Alto) de um
percurso total de 42 km (até a localidade de São Jorge, em Lages) que devem ser
asfaltados, incluindo a construção de três pontes e duas galerias. Com o apoio
do helicóptero Águia 4, eles também fizeram um sobrevoo para analisar e captar
imagens aéreas da região.
“Nossa
análise não é apenas de pontos históricos. Desde os anos 2000, a UNESCO recomenda
a valorização de questões e interpretações paisagísticas, para que no futuro as
pessoas continuem tendo uma noção de território”, explica Marina Canãs Martins,
arquiteta do IPHAN. Ela também falou sobre a preocupação do órgão em valorizar
a região rural do país. “Historicamente sempre foram priorizados bens públicos
e outras construções no litoral. Temos poucos exemplares do nosso Brasil
rural”, destacou Marina.
O
relatório deve ser apresentado nos próximos 15 dias. Somente com a autorização
do IPHAN, a FATMA poderá liberar o início das obras que será executada pelo
DEINFRA. “A pavimentação da SC 390, tem como objetivo facilitar e estimular a
produção e os escoamento de grãos, criando um novo celeiro agrícola na região
que já se destaca pela pecuária. Além disso, com a vistoria do IPHAN ficou
ainda mais evidenciado e justificado o potencial turístico da região”, explica
Bortoluzzi.
Fotos:
Keltryn Wendland
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