A deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC), em comissão
geral realizada na terça-feira (06), na Câmara dos Deputados, manifestou
preocupação com os “vazios assistenciais” que dificultam o tratamento de
pacientes com câncer. Segundo a parlamentar, mesmo depois da implantação do
plano de expansão de radioterapia, a dificuldade persiste porque ainda falta
infraestrutura nos municípios para receber os equipamentos que são
disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
O plano foi implantado depois que a Lei dos 60 Dias, de
autoria de Carmen Zanotto, entrou em vigor.
“Reconhecemos que há uma redução no tempo de atendimento,
mas ainda há muitos vazios assistenciais. É preciso mais empenho da parte dos
municípios para que a lei seja cumprida. Os equipamentos não podem ficar
encaixotados, aguardando um impasse em uma licitação, por exemplo, que pode
levar muito tempo. Enquanto os pacientes aguardam a burocracia, a doença
avança”, alertou a parlamentar, que preside a Frente Parlamentar de Prevenção,
Diagnóstico e Tratamento do Câncer.
Carmen informou que tem recebido muitas denúncias,
inclusive de Santa Catarina, cujo plano de atendimento oncológico é considerado
um dos melhores do Brasil. “Precisamos urgentemente resolver esse problema. É
fundamental que os estados, os municípios, as prefeituras arregacem as mangas para
atender essa prioridade”, pediu.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o
câncer avança no país mais por causa da falta de prevenção e do diagnóstico
precoce. Por ano, 600 mil brasileiros são diagnosticados com a doença.
Carmen Zanotto disse que a redução de recursos
orçamentários para os estados e municípios também é um entrave ao atendimento
dos pacientes.
300 Dias
De acordo com o Tiago Farina Matos, do Instituto
Oncoguia, há casos, em São Paulo, em que pacientes demoram “300 dias” para
receber o diagnóstico da doença. “Isso acontece no maior estado do país,
imaginem o que acontece nas demais regiões. O diagnóstico tardio tem aumentado
a mortalidade”, informou. Ele reclamou da falta de transparência nas filas de
espera do SUS (Sistema Único de Saúde) e defendeu que, logo após a consulta, as
pessoas sejam informadas sobre o local onde receberá
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