Prefeitura irá arcar com custos dos reparos gerais e os serviços devem estar prontos dentro de dez dias
Os trabalhos de restauração dos 53 túmulos depredados, por ato de recente vandalismo, estão sendo feitos pela Secretaria Municipal Serviços Públicos e Meio Ambiente. Cerca de dez servidores públicos estão realizando os serviços, quatro deles qualificados como pedreiros e outros seis que fazem parte do setor administrativo do cemitério municipal.
O secretário do Meio Ambiente, Euclides Mecabô (Tchá-Tchá) calcula que em dez dias todos os túmulos estejam restaurados. “A grande maioria das famílias que tiveram os túmulos de seus entes queridos danificados foram contactados. Cerca de 20 delas se propuseram a fazer as próprias restaurações. Há casos em que os danos foram apenas de vidros quebrados, sendo mais fáceis os reparos”, fala o secretário.
Tiveram túmulos com tampas de mármore quebradas, com peças feitas de pedra grés ou mármore italiano derrubadas e que se quebraram em vários pedaços. Os danos foram estritamente materiais, ou seja, o alvo do vandalismo foi apenas a estrutura dos túmulos. Porém, o dano material é somado a perda de patrimônio artístico e cultural. “A vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais, Elisiana Trilha Castro, tão logo teve conhecimento do fato, entrou em contato com a administração do cemitério, e chegou a declarar que se trata do maior ato de vandalismo do Brasil, praticado em cemitérios, até hoje registrado”, disse Tchá-Tchá. “Ela afirmou também que o cemitério Cruz das Almas reúne o mais importante acervo de arte sacra do Sul do país”, acrescenta o secretário.
Segundo Tchá-Tchá, os custos gerais dos reparos – com exceção daqueles já assumidos pelas famílias – serão da prefeitura. “A prefeitura é a guardiã dos cemitérios municipais e cabe a esta instituição fazer a restauração. Em um jazigo, datado de 1909, será preciso usar cola especial para restaurar a cruz de mármore italiano que se quebrou com a queda provocada na noite de vandalismo”, afirma.
O coordenador do cemitério, Anderson Liz, observa que houve efeito dominó na ação destrutiva. “Parte das peças de um túmulo foram empurradas sobre outros jazigos. São peças feitas de pedras, com peso acima de 200 quilos. Então dá para imaginar o tamanho dos estragos causados”, fala Anderson.
Sistema de Segurança
“Antes dos mais recentes casos de invasão de cemitérios municipais, já estávamos trabalhando na implantação de um novo sistema de segurança e ele será implantado”, garante Tchá-Tchá.
Por outro lado, Tchá-Tchá recomenda que as famílias não utilizem objetos de valor como adornos, nos cemitérios, tais como aqueles fabricados com cobre ou alumínio, por exemplo, que se transformam, nestes locais, em peças de cobiça de ladrões de túmulos.
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