A deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC), vice-líder do
partido na Câmara, anunciou nesta terça-feira (27), a criação de uma frente
parlamentar para tratar de prevenção e tratamento do diabetes. A ideia surgiu
durante o seminário que debateu na Comissão de Seguridade e Família a
implantação de política nacional de prevenção da doença, prevista no Projeto de
Lei de 6754/13.
A parlamentar disse que a frente será um fórum permanente de
discussão na Casa das questões relacionadas não somente às ferramentas
legislativas, mas também para dar resposta às reivindicações dos pacientes,
principalmente aqueles que precisam receber atendimento no SUS (Sistema Único
de Saúde).
“A frente vai tratar desde assuntos ligados à prevenção,
diagnóstico e até a incorporação de protocolos para liberação de novos
medicamentos para o tratamento dessa doença, que afeta mais de 16 milhões de
pessoas no Brasil”, afirmou Carmen.
Acredita-se que número igual de brasileiros não sabe que tem
diabetes. Em estado avançado, a enfermidade pode afetar a visão e os rins e até
provocar hipertensão arterial e a amputação dos membros inferiores.
Carmen informou que a frente também terá o papel de fazer
uma interface do Legislativo com as autoridades de saúde e a sociedade civil.
“Agora, a grande demanda é a implantação, no âmbito do SUS,
de novas medidas relacionadas à doença, como distribuição em todo o país das
insulinas rápidas”, disse a deputada, que é autora do requerimento para a
realização do fórum e relatora do projeto, que no momento aguarda deliberação
da Comissão de Constituição e Justiça.
O diabetes em estado avançado pode afetar a visão e os rins
e até provocar hipertensão arterial e a amputação dos membros inferiores.
Experiência italiana
Além de especialistas e de representantes de entidades
ligadas à causa dos diabéticos, o fórum de debates contou com a participação da
deputada ítalo-brasileira Renata Bueno, que falou, por videoconferência, da
experiência, considerada exitosa, daquele país no atendimento dos pacientes.
Criado há 30 anos, Renata informou que o Plano Nacional de Assistência aos
Diabéticos inclui desde informação, prevenção, diagnóstico e tratamento e já é
adotado pelos países da Comunidade Europeia.
Ela informou que o tratamento do diabetes na Itália é
totalmente gratuito e custeado por um fundo, que foi criado pelo Parlamento
especificamente com esse objetivo.
Obesidade e pobreza
Todos os palestrantes alertaram para o crescimento dos casos
de diabetes no país e no mundo. Segundo eles, o avanço da enfermidade crônica
está relacionada com o aumento da obesidade. “O sobrepeso é uma epidemia
mundial”, disse Sandro Martins, coordenador-geral de Atenção às Pessoas com
Doenças Crônicas do Ministério da Saúde.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2014 estimam
que mais de 400 milhões (8,5%) de pessoas convivam com diabetes, sendo que a
desigualdade social e a falta de informação, inclusive no Brasil, colaboram
negativamente para o aumento da doença.
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