A revisão está no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (25). Com a alta nas projeções, o documento também aumenta de 8% para 41% a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior da meta de 2021.
A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, para cumpri-la, o IPCA pode ficar entre 2,25% e 5,25%.
Assim como já expressado na ata do Comitê de Política Monetária na última terça-feira (23), o RTI ressalta que uma estratégia de alta mais célere na taxa de juros básica, a Selic, reduz a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, e mantém a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos.
Isso porque para perseguir a meta, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic. Na última semana, o Copom elevou a taxa para 2,75% ao ano. Até então, a Selic se encontrava na mínima histórica, a 2% ao ano.
Além das altas nas projeções, estão também entre os principais fatores de revisão para cima a depreciação cambial, a elevação dos preços de commodities, incluindo o petróleo, e a revisão para cima da projeção de itens de preços administrados.
A inflação projetada cai para 3,5% em 2022 e termina 2023 também em 3,5%, diante de metas para a inflação de 3,50% e 3,25%, respectivamente. Ainda segundo o BC, a inflação projetada para 2023 é levemente superior à meta "devido à hipótese de juros neutro e à taxa Selic utilizadas no cenário".
O cenário básico utilizado para as projeções acima considera que a taxa de câmbio parte de R$ 5,70 e Selic a 4,5% ao ano no final de 2021.
Pressão inflacionária
No curto prazo, o BC espera variações de 0,82%, 0,61% e 0,31% para a inflação nos meses de março, abril e maio, respectivamente. Caso se concretize, a inflação de 1,75% no trimestre de março a maio implicará em significativo aumento da inflação acumulada em 12 meses, de 5,20% em fevereiro para 7,70% em maio.
Segundo o RTI, a inflação ainda elevada nesses três meses se deve principalmente à continuidade do repasse da alta dos condicionantes para os preços dos combustíveis.
"A projeção também incorpora persistência da pressão sobre preços de bens, considerando altas recentes de custos, o atraso na normalização das condições de oferta e a manutenção de demanda mais forte por bens em decorrência do recrudescimento da pandemia e da nova edição do auxílio emergencial", acrescenta.
CNN BRASIL
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