Os novos ministros nomeados por Bolsonaro: Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Carlos Alberto Franco França (Relações Exteriores), Walter Braga Netto (Defesa), Anderson Torres (Justiça), André Mendonça (AGU) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo) — Foto: Divulgação.
A reforma ministerial do governo Bolsonaro, feita na noite de segunda-feira (29) em meio às saídas de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores e de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, foi noticiado em jornais e sites estrangeiros.
Em geral, as notícias destacam as mudanças em seis ministérios "em plena pandemia", a pressão política por algumas trocas — como o caso do Itamaraty — e as concessões feitas ao "Centrão".
Veja abaixo como as mudanças no governo repercutiram internacionalmente:
BBC (Reino Unido)
A rede britânica BBC destaca que a troca ministerial "é a maior remodelação desde que Bolsonaro chegou ao poder, há dois anos" e que as substituições foram feitas "enquanto sua popularidade despenca por causa do tratamento da pandemia".
A reportagem lembra que "o serviço de saúde do Brasil está à beira de um colapso enquanto o país luta contra uma segunda onda mortal" e chama Bolsonaro de "presidente de extrema-direita".
'Le Monde' (França)
O jornal francês "Le Monde" afirma no título de sua matéria que "Bolsonaro surpreende ao reformar seu governo" e que, das seis mudanças, "apenas a saída do chefe da diplomacia brasileira, Ernesto Araújo, era esperada".
"O ex-chanceler, um trumpista de coração, antichinês, adepto de teorias da conspiração e negacionista, representava a ala mais obscurantista do poder bolsonarista", destaca a reportagem.
O "Le Monde" chama de "fiasco" a atuação de Bolsonaro no combate ao coronavírus, que já matou mais de 310 mil pessoas no Brasil.
'El País' (Espanha)
O jornal espanhol "El País" diz que "a demissão de dois ministro abre, em plena pandemia, a maior crise do governo Bolsonaro".
A reportagem cita que o presidente brasileiro trocou os titulares de seis pastas após as demissões de Ernesto Araújo do Itamaraty e de Fernando Azevedo e Silva da Defesa. "Uma das renúncias era esperada. A outra foi surpresa total".
O texto destaca que "a gestão da pandemia começa a afetar a política de Bolsonaro mais de um ano após os primeiros casos, embora mantenha o forte apoio de um terço do eleitorado brasileiro".
La Nación (Argentina)
O jornal argentino "La Nación" destaca que "no pior da pandemia, o presidente realiza a maior reforma de gabinete desde que chegou ao poder" e que Bolsonaro "pretende alinhar as Forças Armadas e os partidos do 'Centrão' aliados no Congresso".
A reportagem destaca também a saída de Ernesto Araújo, que "surpreendeu com posturas como a negação das mudanças climáticas, considerada um dogma criado pela esquerda para prejudicar o desenvolvimento das potências ocidentais e favorecer uma maior influência da China".
G1
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