Mirla Renner tinha 20 anos e era filha única. Ela foi uma das cinco pessoas mortas em Saudades.
Os pais da agente educacional Mirla Renner, de 20 anos, morta no ataque a creche em Saudades, no Oeste catarinense, lidam com o luto da perda de filha e pedem por justiça. Eles contam que, mesmo trabalhando na escola há dois anos e adorando crianças, a jovem tinha outros planos.
Segundo os pais, ela queria terminar a faculdade de engenharia química e fazer um intercâmbio para o Canadá. Mirla era filha única do casal.
“[Ela] só pensava em estudar, no serviço dela. Nunca deu serviço pra nós", disse o pai, Marcos Costa.
Mirla, uma professora de 30 anos e três crianças de 1 ano foram assassinadas em 4 de maio. O autor do crime recebeu alta médica e foi encaminhado para o Presídio Regional de Chapecó, na mesma região, na quarta-feira (12).
“Só queremos justiça. Vamos ver o que vai dar. Tem que ter força para aguentar, mas não vai ser fácil", disse o pai.
Pra suportar a saudade e lidar com o luto, os pais recorrem às fotos da filha.
“Ela era um tesouro, só fazia o bem, só ajudava. Todo mundo sabe como ela era carinhosa, querida e doce. [Era] Uma guerreira essa menina” , afirmou a mãe, Neusa Renner Costa.
Familiares e amigos das cinco vítimas mortas no ataque a creche realizaram uma homenagem em frente à unidade infantil na terça (11), uma semana após as mortes. Músicas, orações e reflexões fizeram parte da celebração.
A homenagem reuniu dezenas de pessoas ao anoitecer e durou cerca de 40 minutos. Após falas dos presentes e músicas, houve silêncio e também salva de palmas.
No domingo (9), também houve homenagens, durante a missa de sétimo dia das vítimas, que foi antecipada.
O suspeito, um jovem de 18 anos, entrou na escola infantil com um facão. Ele também deu golpes contra si mesmo após o ataque e foi internado.
O delegado responsável pelo caso ouviu o jovem pela primeira vez na segunda (10), mas detalhes sobre o depoimento e as investigações não foram relevados.
Um bebê que ficou ferido no atentado foi levado ao hospital em estado grave, mas se recuperou. Ele recebeu alta no domingo (9).
Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, era professora e dava aulas na unidade havia cerca de 10 anos
Mirla Renner, de 20 anos, era agente educacional na escola
Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses
Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses
Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.

O que se sabe até agora:
Um homem de 18 anos invadiu a escola Aquarela com duas facas às 10h de terça (4).
A creche fica na cidade de Saudades (SC), 600km de Florianópolis, e atende crianças de 6 meses a 2 anos.
20 crianças estavam no local sob os cuidados de 5 professoras.
A primeira pessoa que o assassino atacou foi a professora Keli Adriane Aniecevski. Mesmo ferida, ela correu para uma sala, onde estavam quatro crianças e a agente educativa Mirla Renner, de 20 anos.
O homem chegou até a sala e continuou os ataques, matando Keli e três crianças. Mirla chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Todas as vítimas foram atingidas com, pelo menos, cinco golpes de facão.
O assassino tentou entrar em todas as salas da creche, mas professoras conseguiram se trancar e proteger as crianças.
Na casa do assassino, a polícia encontrou R$ 11 mil e duas embalagens de facas novas.
O velório e o sepultamento das cinco vítimas foram coletivos.
O homem foi autuado em flagrante por cinco homicídios triplamente qualificados, além de uma tentativa de homicídio contra a criança que foi ferida.
A Justiça de Santa Catarina converteu a prisão em flagrante do autor para prisão preventiva.
A polícia está analisando computadores encontrados na casa de autor, ouviu testemunhas
O autor do ataque foi ouvido pela polícia ainda no hospital, mas o teor do depoimento não foi detalhado.
G1 SC
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