segunda-feira, 5 de julho de 2021

Macaco-prego jovem passa por recuperação em SC para retirada de chumbinhos pelo corpo


 


Após ser encontrado fraco, Jorginho foi submetido a raio-X que mostrou fragmentos de munições. Suspeita é que ele possa ter ficado órfão após a mãe ser morta em caça ilegal.

Um macaco-prego está passando por recuperação após ser resgatado fraco na região de São Miguel do Oeste. Durante o tratamento, os cuidadores descobriram que o animal estava com chumbinhos em diferentes partes do corpo, inclusive na cabeça.


O animal, que é jovem e foi apelidado pela equipe de Jorginho, se recupera bem, mas não tem previsão de alta. Enquanto ele é cuidado e alimentado, fica em um recinto especial 

O animal foi encontrado fraco há cerca de duas semanas pela Polícia Ambiental, que o levou para cuidados no Núcleo de Estudos em Vida Selvagem (Nevs) da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc).

Existe a suspeita de que a mãe de Jorginho tenha sido morta durante caça ilegal e e o macaco, órfão, tenha ficado fraco. Outra possibilidade também é que ele tenha sido abandonado pela mãe.


Raio-X mostrou chumbinhos



A equipe estranhou as alterações de comportamento do macaco e também na face dele e decidiu submetê-lo a uma exame de radiografia que constatou inúmeros "fragmentos de chumbo, provavelmente oriundos de arma de fogo".


Segundo o biólogo e professor Jackson Preuss, que coordena o Nevs, ainda não é possível precisar quantas munições há no corpo do animal. Dois fragmentos foram retirados, mas os outros estão mais profundos.


"O Jorginho está recebendo uma dieta para ganhar peso para que ele fiquei mais forte e a gente consiga tirar todos ou a maioria dos chumbinhos espalhados pelo corpo", explica.

Segundo ele, o animal precisa passar por procedimentos para a retirada dos chumbinhos para depois voltar à natureza. Os fragmentos no corpo apresentam riscos para Jorginho.


"Se permanecerem lá, esses chumbinhos podem causar doenças ou até levar à morte do animal, pois causam alterações sanguíneas, no sistema digestivo. A gente vai, com o tempo, retirar essas munições", detalha o biólogo.


A Polícia Militar Ambiental informou ao G1 que busca identificar possíveis suspeitos de terem atirado em Jorginho e que intensificou a fiscalização nos últimos meses na região para combater a caça ilegal. De maio até julho, 45 armas foram apreendidas na região.


G1SC

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