quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Coruja faz homenagem a Lages


Neste dia em que Lages comemora 250 anos, o deputado Fernando Coruja ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para prestar sua homenagem à cidade. Enquanto declarava seu amor por Lages, um telão projetava, na voz de Louise Lucena, a canção do músico e poeta Daniel Lucena que é quase um hino da cidade: Lages no caminho certo. Na opinião de Coruja, Daniel deu a Lages uma das mais belas poesias que uma cidade pode receber. 
Veja aqui a íntegra do discurso:
"Se ele fosse negro e tivesse nascido no início do século em New Orleans, teria inventado o blues e o jazz. Se fosse jamaicano, Bob Marley faria a segunda voz. Carioca, seria ele, e não André Filho, que teria composto “Cidade maravilhosa”. O nosso Adoniran é Daniel Lucena. Mas, nasceu em Lages e não fez sucesso no mundo. É verdade que muitos consideram Lages o centro do universo; eu tenho certeza. Em Santa Catarina, é muito conhecido. Em Lages, é um ídolo, e quem é ídolo no centro do universo, interfere no próprio Cosmos. Que o mal e a tristeza grassam pelo mundo é evidente. Mesmo que Santo Agostinho entenda que Deus, que criou tudo, não criou as desgraças, alguém o fez. As canções de Daniel, se voassem pelo universo, tornariam o mundo melhor. A sua música, para a aniversariante Lages, é uma das mais belas poesias que uma cidade pode receber. Daniel e todos nós queremos sempre Lages por perto e no caminho certo. Os filhos de Lages que pedem que ela sempre venha abraçá-los, hoje correm em sua direção para cumprimentá-la. Eu digo para Lages, o que já disse em outro lugar: “Sou um pouco mais jovem, mas profundamente ligado a você. Sobre a tua influência foram criadas quase todas as minhas memórias. Lembro dos teus cheiros e das tuas imagens perpassando a minha infância. Jovem, vi outras maravilhas tuas. Conheci outros lugares e contatei outras pessoas. Estudei, trabalhei e fui tentado, mas voltei. Nunca houve, nem haverá ninguém igual a você. É entre os teus que se encontram os meus maiores e melhores amigos. No teu solo apoiei os alicerces da minha morada e já passei a maior parte da minha vida adulta. Mulher e filhos, todos te pertencem. Todos são teus. De ti não me separo jamais. E na derradeira hora, que eu mereça e veja o sol lageano entardecer. Minha cabeça estará virada para teus campos. Eu e todos passarão. Você ficará. Nos teus campos, meus átomos servirão para produzir outras memórias. E você continuará vivendo. E, hoje, já se indo mais de sessenta anos de convivência, vou te contar um segredo que escondi estes anos todos: eu te amo muito”.



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