São cultivadas mais de 20 espécies, facilmente
encontradas na região serrana, e que constam na relação do Renisus
Unir
o conhecimento tradicional com o cultivo e uso consciente de plantas e ervas.
Essa é a proposta da horta medicinal da Unidade de Saúde (UBS) do bairro
Tributo. A iniciativa surgiu há cerca de um ano e meio, quando no espaço da
horta onde eram cultivadas algumas verduras e vegetais, foi substituída por
mudas de ervas e plantas. O aposentado e técnico agrícola Walmor Ghislandi
conta que durante uma consulta com o médico de Saúde da Família da unidade,
após conversarem sobre as propriedades medicinais das plantas, recebeu como
recomendação procurar a psicóloga da unidade, que era responsável pelos
cuidados com a horta, recém implantada.
“Percebemos
que, pela qualidade e origem das sementes, as hortaliças cultivadas não tinham
condições de se reproduzir. Então, decidimos mudar a proposta e implantar o
modelo chinês do relógio biológico do corpo humano de plantas medicinais’,
relata seu Walmor. No espaço, com cerca de 36m², que fica nos fundos da
unidade, já foram cultivadas 20 das 71 plantas, que constam na Relação de
Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema de Saúde (Renisus). Entre elas, alcachofra,
alecrim, dente de leão, alfazema, babosa, boldo, entre outras ervas, facilmente
encontradas na região e de fácil adaptação ao clima.
Em
pouco tempo, a implantação da horta medicinal deu tão certo, que a partir da
união dos conhecimentos do técnico agrícola, com apoio da equipe da Unidade,
foi criado o grupo de estudos da Hora do Chá. A enfermeira e uma das gestoras
da unidade, Dayane Cristina Bordin, conta que uma vez ao mês, durante a Terapia
Comunitária, o grupo com cerca de 20 pessoas, que inclui agentes de saúde, enfermeiros,
equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), se reúne para discutir as
propriedades, nome científico, riscos e benefícios de uma determinada espécie
vegetal.
A
atividade, além de promover o uso racional das ervas, também está envolvendo e
aproximando ainda mais a comunidade e os profissionais da Unidade do Tributo. É
o que afirmam as agentes de saúde Roslene dos Santos, Nilva Medeiros
de Souza e Rosemere Barros que também participam ativamente da horta desde a
sua implantação, não somente nas reuniões, mas também nos cuidados diários, até
mesmo com a manutenção do espaço. “A gente tinha só a vontade, mas não tinha
conhecimento científico para discutir”, aponta Nilva. Nos encontros são
discutidas as propriedades e componentes das plantas, que podem causar
intoxicação, danos à saúde ou até mesmo não fazer nenhum efeito. Recentemente a
horta começou a ser ampliada, e dobrará de tamanho para a produção de mudas que
serão distribuídas a comunidade.
Fotos: Cássia Shelen
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