Cerca de 100 indivíduos da espécie Aegla grisella, um crustáceo vulnerável para a extinção, foram encontrados em um riacho em Arvoredo, cidade do Oeste catarinense. Eles foram achados por um aluno do 9º ano de uma escola estadual. O biológo e professor Naiton Tartaro, de 28 anos, fez a coleta para identificar a espécie.
Os animais estavam no interior do município, numa localidade conhecida como Linha Chapada. O riacho onde os crustáceos estavam fica atrás da casa do estudante que alertou o professor. Cerca de 100 indivíduos estavam no local.
Tartaro ensina ciência e biologia na Escola Estadual Básica Benta Cardoso. "O estudante chegou na escola dizendo que havia 'caranguejos’ no riacho atrás da sua casa. Pedi para me enviar fotos, em que percebi que eram, na verdade, crustáceos de água doce da família Aeglidae, mas não sabia a espécie", contou Tartaro.
Pesquisando, ele afirmou serem indivíduos da espécie Aegla grisella. Segundo o professor, esses animais não têm um nome popular, mas são conhecidos na cidade como caranguejos de rio. Os caranguejos também são crustáceos.
A espécie Aegla grisella foi classificada como vulnerável para extinção no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção 2018 do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Segundo a instituição, esta é a edição mais recente da relação de espécies ameaçadas.
Após os animais serem encontrados, o professor fez uma coleta e os devolveu para o riacho. Um deles estava morto, segundo o professor, e ficou na escola para ser usado nas aulas de zoologia.
"Todos os alunos ficaram empolgados em conhecer o animal, todos queriam pegá-lo na mão", contou Tartaro sobre a curiosidade dos estudantes.
Comercialização proibida
O biólogo do Oceanic Aquarium, de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, confirmou que os exemplares encontrados em Arvoredo são da Aegla grisella.
"A espécie ocorre no Oeste de Santa Catarina, sempre associada a rios e riachos. Considerada espécie vulnerável, sua captura e comercialização para qualquer fim é proibida", afirmou o biólogo.
Os professores Jules Soto, do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e Micheli Thomas, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) confirmam que o crustáceo é do gênero Aegla, mas afirmaram que só seria possível determinar a espécie ao analisar um exemplar pessoalmente.
G1SC
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