As ocorrências de chuva de granizo registradas nas regiões do Extremo Sul, Oeste, Meio Oeste, Alto Vale do Rio Itajaí durante os dias 17 e 21 de setembro causaram danos nas culturas agrícolas, segundo o levantamento Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri). Na fruticultura, foram 49 hectares de pêssego, ameixa e nectarina atingidos com perdas que chegam a 85% nos pomares afetados.
O estudo mostrou também que lavouras de tabaco, trigo, milho, erva-mate e pastagens também foram afetadas. Segundo o gerente estadual de extensão da Epagri, Darlan Rodrigo Marchesi, os eventos foram pontuais, mas com perdas significativa para os agricultores que tiveram os cultivos atingidos.
A recomendação é que os produtores rurais que tiveram prejuízos procurem os escritórios da Epagri municípios para conhecer as medidas que podem ser adotadas.
Segundo Clóvis Levien Correa, meteorologista da Epagri/Ciram, os episódios de granizo em setembro foram ocasionados pela formação de uma área alongada de baixa pressão, chamada de cavado, e pelo jato subtropical em alto níveis a atmosfera.
“Esta combinação favoreceu a formação de nuvens de desenvolvimento vertical, chamadas de supercélulas, que proporcionam vento forte e granizo, entre outros fenômenos”, destaca Clóvis.
O meteorologista alerta que a primavera é um período propício para ocorrência de granizo, por isso a recomendação é para que os agricultores fiquem ainda mais atentos à previsão do tempo nesta estação do ano.
Levantamento
Ao todo, 611 hectares de tabaco foram atingidos, com perdas entre 20 e 40%. A cultura do trigo teve perdas próximas a 20% em 400 hectares. No caso do milho, 63 hectares sofreram com o granizo, registrando prejuízos próximos a 15%.
A erva-mate sofreu perdas de 20% em 200 hectares. No caso das pastagens, 500 hectares sofreram com o evento meteorológico (confira abaixo o levantamento completo das regiões afetadas).
Extremo Sul
O Extremo Sul foi uma das regiões mais atingidas pelo granizo, segundo o estudo. Morro Grande, São João do Sul, Timbé do Sul, Meleiro e Balneário Gaivota foram os municípios mais afetados, com grandes perdas na cultura do tabaco.
Cerca de 80 produtores já acionaram o seguro antigranizo, segundo informações obtidas junto à Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).O gerente regional da Epagri em Criciúma, Edson Borba, afirma que a fase avançada de desenvolvimento das plantas na região deixou essa cultura mais suscetível ao granizo.
Áreas de milho foram afetadas em menor proporção, já que as plantas estavam em fase inicial de desenvolvimento. Os pomares de maracujá também sofreram, principalmente em Balneário Gaivota, com danos em folhas nos estágios iniciais, mas com possibilidade de recuperação. Cerca de 35 casas do meio rural de São João do Sul e Balneário Gaivota registraram danos em telhados.
Meio-oeste
Lebon Régis, registrou danos em 10 hectares de alho e 12 de cebola, com perdas de 10% e 5%, respectivamente, com possibilidade de recuperação.
“Já em Fraiburgo, cerca de 49 hectares de pêssego, ameixa e nectarina registram danos severos, chegando a perdas entre 80% e 85% de produtividade”, afirma o gerente da região, Jonatan Galio.
Estes danos foram ocasionados pela derrubada dos frutos e perda da qualidade. Cerca de 300 famílias do meio rural foram atingidas em Timbó Grande, com relatos de danos em residências, galpões, abrigos de cultivo protegido e outras estruturas.
Os cultivos mais afetados na localidade foram uva, com desfolha severa em estágio inicial de brotação, e a erva-mate, que teve 200 hectares também desfolhados, causando 20% de perdas. Ainda neste município, três estabelecimentos de morango foram afetados e 500 hectares de pastagens de inverno danificadas com desfolha moderada a severa.
Pedras de granizo se acumulam em acostamento de rodovia no Oeste de SC na terça-feira (21)
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