quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Por que as pontes de Brusque caem? Cidade tem três estruturas interditadas


 Duas delas não têm prazo para serem reformadas ou reconstruídas. Segundo prefeitura, pontes na cidade, em geral, são antigas e foram projetadas há mais de 30 anos.

Brusque, no Vale do Itajaí, tem um histórico negativo com pontes. A afirmação foi feita pelo prefeito da cidade, Ari Vequi, logo após uma das estruturas ruir em abril deste ano.


O trânsito local já foi liberado, mas a cidade tem outras três estruturas interditadas total ou parcialmente. Duas delas não têm prazo para serem reformadas ou reconstruídas. O município tem 137 mil habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Segundo a prefeitura, as pontes na cidade, em geral, são antigas e foram projetadas há mais de 30 anos. A conta da administração é de que existam mais de 500 pontes e pontilhões em toda a cidade.


A maioria é de pontilhões de madeiras em vários bairros mais afastados. No centro e em bairros mais movimentados, são 15 pontes de média e grande estrutura. Dessas, quatro apresentaram problemas neste ano(veja mais abaixo). Nenhuma dela foi feita com projeto, conforme o município.


Manutenção

Especialista em estruturas, o professor de engenharia civil da disciplina de pontes Lucas Matheus de Oliveira Scoz diz que a expectativa média de vida de uma ponte é de 70 anos. Mas as estruturas só alcançam essa data, e podem até passar, se forem cuidadas.

Para o professor, a falta de manutenção pode ser uma das possibilidades para a queda das estruturas. "É de longe a coisa mais importante que uma estrutura deve ter para poder aguentar", explica.


Apesar de considerar que é possível fazer pontes em solos ruins usando a tecnologia e estudos, a má qualidade de onde estão presas também pode causar a queda, segundo o professor.


O G1 solicitou uma entrevista com a responsável pela secretaria municipal de Infraestrutura, mas a assessoria de Comunicação da prefeitura respondeu as questões de forma escrita.

Estrutura com interdição total desde julho. Em junho, quando a cidade foi atingida por fortes chuvas, a ponte chegou a ser bloqueada de forma provisória. As rotas alternativas ocorrem pela margem direta da Avenida Beira Rio ou pela Rodovia Antônio Heil. Não há prazo para reforma.

A ponte desabou na manhã de 8 junho. Imagens de câmeras de monitoramento mostram o momento em que a estrutura cedeu. Um caminhão que cruzava a ponte quase foi "engolido". Além disso, uma mulher caminhava no local e caiu nas imediações quando a estrutura cedeu. De acordo com a prefeitura, há duas pontes nas imediações que servem como rota alternativa.

Segundo a administração municipal, o governo do estado já publicou no Diário Oficial um convênio com a prefeitura para reconstrução. A obra deve começar em breve, com previsão de entrega 90 dias após a assinatura do contrato.

Ponte da rua Beira Rio, bairro Dom Joaquim

Interditada para caminhões e veículos pesados. Não há prazo para reforma.

Além das três citadas anteriormente, a ponte João Vitório Benvenutti, conhecida também como ponte Santos Dumont, registrou queda da cabeceira em 21 de abril. Três carros ficaram danificados. Segundo a prefeitura, o local já está funcionando.


G1SC

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