Curador de exposição da FCL, Celso Cruz, fez a primeira aplicação do produto de descupinização há duas semanas, tendo repetido o ato terça-feira
A Fundação Cultural de Lages (FCC) realizou terça-feira (29) a segunda etapa de descupinização da cruz da Igreja da Santa Cruz. O auxiliar de patrimônio e curador de exposição da FCL, Celso Cruz, fez a primeira aplicação há duas semanas durante a visita de profissionais da Fundação Catarinense de Cultura. A aplicação do inseticida residual se dará a cada 15 dias. Nesse período a cruz permanece embalada num plástico preto. “O processo é bastante minucioso; demora mais de uma hora cada aplicação do produto”, explica. Ela corria o risco de cair por apodrecimento.
Protegida numa redoma de vidro
A cruz da Igreja Santa Cruz possui grande valor histórico para a comunidade lageana. Segundo a tradição oral, foi fixada no local pelas mãos do monge São João Maria. Apesar de serem três monges, o povo, por meio da lenda, uniu-os em um, considerado na época o representante dos “excluídos”. Os humildes encontravam em João Maria apoio para enfrentar a penúria e a desesperança.
Segundo o diretor de Difusão Cultural da FCL, Adilson Freitas, a cruz ficou conhecida por ser “milagrosa”, e o local se tornou de peregrinação. “Foi construída uma capelinha, mais ou menos em 1870, onde só cabia a cruz, e posteriormente a igreja foi aumentando de tamanho, chegando a ser uma das principais da cidade, antes da construção da Catedral”, destaca.
Em razão da devoção popular, a cruz foi fixada no altar da capela da Santa Cruz envolta em vidro porque, segundo Adilson, se não fosse assim, ela estaria bem “fininha”, porque o povo acreditava que se levasse um pedacinho da madeira obteria milagres. “O sincretismo e a religiosidade do povo serrano também estão representados neste símbolo, que hoje está sendo recuperado para voltar a ser exposto”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário