A
Câmara dos Deputados por meio da Comissão Especial que analisa o Projeto de Lei
7197/02, que prevê alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
promoveu ontem, uma reunião pública sobre o tema. O evento aconteceu na Câmara
de Vereadores de Lages que ficou lotada. A deputada federal Carmen Zanotto que
faz parte da Comissão Especial coordenou o debate.
A
proposta permite a revisão de medidas socioeducativas aos infratores que
atingirem a maioridade penal. Entre elas, a proposta de aumentar a medida o
tempo de internação, de 3 anos para 10 no máximo.
Na
avaliação da deputada Carmen o evento foi bastante positivo. “Ouvimos a opinião
dos especialistas e iremos apresentar as sugestões propostas. Nossa intenção é
garantir que lei seja cumprida é que as crianças e jovens que cometeram um ato
infracional possam ser ressocializados e não voltem a cometer nenhum crime
quando adultos”, destacou a parlamentar.
O
diretor da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, Zeno Augusto Tressoldi
ressaltou que em Santa Catarina há 28 Centros Socieucativos e que não há
superlotação. No entanto, 400 adolescentes estão aguardando uma vaga nestes
locais. “Todos os centros tem escolarização e o nosso estado é o terceiro no
país onde o custo por interno é mais barato”, salienta.
O
lageano e diretor de Assistência Social da Secretaria de Estado de Assistência
Social, Ismael de Córdova relatou a sua experiência e superação, como ex-aluno
da Associação Lageana de Assistência ao Menor (Alam). “Vendi picolé nos bairros
de Lages e me emociono quando volto aqui. Comecei a minha vida profissional
como office boy e hoje estou em uma secretaria estadual. Precisamos ter um
orçamento prioritário para as políticas públicas em prol das crianças. Sem
recurso não se faz”, salientou.
A
Coordenadora-geral do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do
Adolescente - CEDCA/SC, Elâine Paes e Lima afirmou que o sistema socieducativo
do Estado é falho e que precisa de mudanças efetivas.
Antes
da reunião os especialistas realizaram uma visita à unidade de atendimento Socioedutivo
de Lages (Case). Atualmente a estrutura conta com 36 jovens e com uma equipe
multidisciplinar com médico, dentista, assistente social, psicóloga, técnicos
em enfermagem e instrutores de oficina.
Ainda
participaram da reunião Alexandre Takashima, Juiz Auxiliar da Presidência do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). João Luiz De Carvalho Botela, promotor de
Justiça e Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e
Juventude (CIJ), o vice-prefeito de Lages, Juliano Polese, a presidente da Câmara
de vereadores, Aida Hoffer, vereadores da região e lideranças comunitárias.
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