Em Rio Negrinho, Norte catarinense, cerca de 250 moradores procuraram o sistema de saúde municipal com cólica e diarreia entre terça (31) e esta quarta-feira (1º). Eles questionam a qualidade da água que chega às torneiras.
O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), porém, afirmou que a água é potável. "Todos os nossos testes e todas as nossas análises estão dentro dos padrões exigidos", afirmou o diretor-geral do órgão, Valdir Caetano.
Amostras da água e de pacientes que passaram mal foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen) para análise. Os resultados devem ficar prontos nesta quinta (2).
Diferença na água
Há pelo menos 10 dias, os moradores começaram a sentir diferença na água que sai da torneira no município.
"Sujeira e, no fundo, depois de colocar água no copo, ficava aquele fragmento, um negócio gosmento. E a água ficava mais escura. Tem dias que vem água suja, preta mesmo na torneira", afirmou a aposentada Helena Ribas.
Na semana passada, os primeiros casos de virose começaram a aparecer. Só na família de Helena, dez pessoas tiveram passaram mal.
"Os primeiros sintomas foram mal-estar após ingerir a água. Depois, já deu náusea, vômito, diarreia, febre e muita cólica intestinal", disse a aposentada.
A vizinhança toda do bairro São Rafael percebeu. Na casa da também aposentada Maria Gonçalves, mais gente teve problemas de saúde.
"A água veio escura. Estava bem escura e o povo estava tomando essa água, que a minha menina também tomou, passou mal, com dor de cabeça, disenteria", afirmou Maria.
Questionamentos e testes
Para os moradores, o que causou os sintomas foi a má qualidade da água. Mas a Secretaria de Saúde e a companhia responsável pelo abastecimento garantem que esse não foi o motivo.
O Samae confirma que houve o rompimento de uma tubulação no bairro, mas assegura que ele ocorreu no fim da tarde da última segunda-feira (31) e que o problema foi resolvido no mesmo dia.
"Essa questão da coloração escura, a turbidez alterada, é um problema recorrente em qualquer serviço de saneamento do país. Trata-se de substâncias contidas já na água, ferro e manganês, que normalmente dão essa coloração escura à água. O que pode acontecer é que chegue água turva mesmo nas residências", afirmou o diretor-geral do Samae.
Para a Secretaria Municipal de Saúde, a causa para esse surto de virose também é outra.
"A gente está estudando a possibilidade de ser uma gastroenterite viral, não bacteriana. Então esperamos os resultados do Lacen com relação à água e também com relação à coleta do material dos pacientes para nós termos um dado bem preciso", disse o secretário, Rafael Schroeder.
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G1SC
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