Esta noite, a Câmara de Vereadores de Lages promove
uma audiência pública que tem como tema a regularização das ligações de água e
luz nos loteamentos irregulares e áreas verdes do município.
Proposta pelo vereador Professor Domingos (PT), a
audiência tem início às 19h, no Plenário Nereu Ramos do Legislativo Lageano.
Qualquer pessoa pode se inscrever a fala até o início da sessão.
Audiência
sobre proibição da tração animal é adiada
A reunião de trabalhos que estava marcada para esta
quinta-feira (14) foi transferida sine
die (sem data definida) pelo proponente, vereador Marcius Machado (PR).
Audiência
pública reflete desejo de mais ciclovias e estrutura para a prática do ciclismo
As condições ideais para a prática do
ciclismo em Lages, bem como para o uso da bicicleta como transporte, opção de
lazer e meio de garantir mais saúde à população foram pontos levantados pelo
público presente ao Plenário Nereu Ramos da Câmara na última quinta-feira (7),
na audiência pública sobre o tema.
Proposta pelo vereador Marcius Machado
(PR), a reunião contou com a presença dos vereadores Aida, Gerson, Hampel e
Juliano, de representantes de vários grupos de ciclismo e de autoridades
ligadas à área. “Às vezes temos uma ciclovia que parte do nada para lugar
nenhum, precisamos mudar este contexto. Temos de lembrar que uma bike a mais é
um carro a menos. O instrumento que o vereador tem é indicar, propor, sem que
traga custos ao Executivo, mas vamos trabalhar para uma cidade mais feliz e com
mais ciclovias”, argumentou Marcius.
População
opina e pedem ciclovias estruturas e integradas
A primeira
dos presentes a se manifestar foi a educadora física da Secretaria Municipal da
Saúde, Sara Duarte. Responsável pelo programa Pedalando com Saúde, Sara conta
que a modalidade apresenta um número maior de adeptos a cada dia em Lages,
chegando a quase mil ciclistas amadores, embora ressalte que a cidade não
ofereça condições ideais para a prática. Ela destacou como primeiro ponto a ser
trabalhada à necessidade de mais respeito e educação no trânsito para
pedestres, ciclistas e motoristas.
Sara apresentou outras sugestões como a
melhoria na sinalização e pintura da ciclofaixa da avenida Duque de Caxias;
revisão da segurança na ciclovia da avenida Belizário Ramos, à beira do rio
Carahá; reparos em toda a extensão da ciclovia da Dom Pedro II, que se encontra
com buracos e calçadas quebradas; construção de ciclovia na avenida Camões,
local de muito movimento e de acesso ao CAV; placas de sinalização para
garantir segurança aos ciclistas nos acessos Sul e Norte, já que não existe
ciclovia no local; e a criação de uma comissão técnica em conjunto aos
ciclistas para revisão do Plano Diretor do Município.
Para o arquiteto e professor de
Planejamento Urbano, Altair Baú, o poder público precisa ver a bicicleta como
veículo de transporte. “O sistema modal a ser instituído tem que ser visto com
outros olhos, como um todo. Precisa de planejamento contínuo e integrado, com
origem e destino”, comenta.
Grupos
de ciclismo também apresentam sugestões sobre o tema
Integrante do grupo Papa-Léguas, que conta
com 76 membros, Moacir Ribeiro disse que pedala com o filho de 12 anos, mas
teme pela segurança de ambos devido às condições das ciclovias de Lages.
Incentivador do esporte, Luiz Carlos Arruda, da AB Bike Fitness (que conta com
196 integrantes), afirmou que nunca se pedalou tanto em Lages como agora, no
entanto, ressalta a necessidade em investimentos públicos em ciclovias e
ciclofaixas que auxiliem na mobilidade urbana dos ciclistas.
Policial militar e representante do grupo
Ciclistas Lageanos, que conta com mais de 300 participantes, Rafael Della
Giustina explica que a maioria dos adeptos busca pedalar fora dos limites
urbanos de Lages. Para garantir segurança a estes, ele pediu a instalação de
uma faixa exclusiva na avenida Juscelino Kubitschek, no acesso Norte, e
manutenção na ciclovia das marginais da BR-282, especialmente em relação as pedras
que podem resultar em acidentes.
Em nome dos adeptos do BMX, Tyrone Machado
cobrou atenção para com a pista de bicicross localizada ao lado do ginásio
Jones Minosso. Ele também perguntou sobre a aplicação em Lages da lei
12.587/2012, que instituiu as diretrizes da política nacional da mobilidade
urbana e tornou obrigatória a elaboração de planos de mobilidade urbana aos
municípios com mais de 20 mil habitantes. Também indagou sobre o Programa
Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta, do Ministério das Cidades, o qual
estimula os municípios a implantarem sistemas cicloviários e ações que garantam
a segurança dos ciclistas.
Idealizador
do Bike Serra, maior evento de mountain bike da Serra Catarinense, Severiano Hugen
ressaltou que as ciclovias precisam ser planejadas e estruturadas, feita
através da análise técnica. Mimi Saito apresentou ideias que existem em cidades
maiores, como São Paulo, exemplo de bicicletários aos quais as pessoas pudessem
alugar a bicicleta ou fechar ruas ou avenidas no fim de semana para que as
famílias pudessem andar juntas.
Projetos
de reforma de avenidas já são planejados com ciclovias
Secretário
municipal do Planejamento, Jorge Raineski admite que a mobilidade urbana
precisa ser trabalhada todos os dias para inverter a lógica de trânsito atual
de Lages, que privilegia o motorista e deixa por último o pedestre. As
ciclovias e ciclofaixas, segundo Raineski, sempre estão contempladas nos
projetos feitos pela Prefeitura, nos locais que respectivamente as comportem.
Inclusive conta que foi pelo pedido do Município que se efetivou a ciclovia das
marginais da 282.
O secretário
conta que um projeto foi encaminhado à Brasilia para que Lages tivesse aporte
financeiro para um programa que interligasse bicicletários com o transporte
público, como forma de facilitar a vida dos trabalhadores que utilizam a
bicicleta como meio de transporte.
Raineski
foca que todas as mudanças, inclusive do Plano Diretor, ganham mais corpo com a
criação do Instituto Municipal de Planejamento Urbano, projeto que deve ser
mandado em breve para a Câmara. Para o secretário, é fundamental que o órgão se
efetive para que os projetos sejam planejados como forma de governo e não de
mandato.
Discussões com os ciclistas são
entendidas como fundamentais pelo Executivo
Para o gerente de Trânsito em Lages,
Adailton Camargo, a audiência precisa ser um pontapé para o início dos
trabalhos. Para ele, todos têm que se unir para trabalhar junto e fazer a
situação funcionar, até sugeriu que os grupos de ciclistas se reúnam, façam uma
mobilização para terem atendidas suas solicitações. Opinião semelhante teve o
diretor da Fundação Municipal de Esportes e educador físico, Marcos Antônio de
Souza: “Isso incentiva que o Poder Público tenha mais atenção e possa investir
em ciclovias e ciclofaixas. E é assim que vai melhorar, se reunindo,
discutindo, apresentando ideias e soluções”, comenta.
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