Ameaça do governo de não liberar emendas parlamentares não assusta Coruja!

Nesta terça-feira, no almoço da bancada do PMDB, mais uma vez o deputado Fernando Coruja recebeu um recado do governo do Estado - suas emendas parlamentares não serão liberadas, em consequência de seu posicionamento independente nas votações dos projetos do governo na Assembleia Estadual.

Pouco depois, na sessão plenária, Coruja ocupou a tribuna e disse que vai continuar votando a favor de tudo que entender que é benéfico para os catarinenses e para Santa Catarina.  "Vou votar de acordo com a minha consciência e, principalmente com o que entendo que é melhor para a população. É preciso ouvir as pessoas, entender o que é melhor para todos. Propus nesta casa um sistema de emendas parlamentares impositivas, de forma republicana, justamente para que sejam votadas com transparência".

Coruja prosseguiu dizendo que em outros países onde o sistema de governo é parlamentarista, é mais difícil ocorrer o que estamos vendo no  Brasil, onde o governo é republicano e as trocas de cargos, liberação de recursos e compra de votos mostram uma relação espúria entre executivo e o legislativo.

            "Temos um legislativo, fraco, frágil, e não há nos partidos a força necessária para fazer modificações. No parlamento existem pessoas honradas, mas o sistema favorece a corrupção. Não falo apenas para fazer uma crítica ao parlamento ou aos parlamentares, mas para realçar este quadro".

Coruja foi adiante e  reforçou a sua posição mais um vez, dizendo que não é um suplente tradicional e que não vai se render a trocas de favores de qualquer espécie. "Sou suplente, mas meu posicionamento tem sido de independência e desapego a cargos. Tenho recebido muitos recados do governo, mas quero deixar claro aqui que não vou torcer meu braço. Minhas emendas não vão ser liberadas porque não vou votar como querem, mas como entendo ser melhor para o povo catarinense".

 Coruja concluiu mandando também seu recado ao governo: “se não quiser liberar as emendas que não libere, porque vou continuar votando como penso. Os recursos não são para mim, mas para o povo da serra.”