Depois que fez referência a Nova Trento, cidade em que nasceu, e a Ituporanga,
onde foi prefeito e ainda hoje reside, o deputado Rogério Peninha Mendonça
(PMDB/SC) juntou as mãos e bradou seu voto SIM “Por Toda Santa Catarina”, em
referência ao lema adotado pelo ex-governador e ex-senador Luiz Henrique da
Silveira, falecido em maio do ano passado. “Aprendi a fazer política com os
olhos no futuro, mas sem esquecer aqueles que trilharam duras jornadas para que
chegássemos até aqui. Luiz Henrique é a principal referência política que nós
temos em Santa Catarina, e fiz questão de homenageá-lo em um dos momentos mais
importantes da minha vida pública”, explicou o deputado. Em rede nacional,
Peninha também disse que seu voto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff
foi pelos agricultores catarinenses e pela revogação do Estatuto do
Desarmamento, sua principal bandeira no mandato.
Em Santa Catarina, 14 dos 16 deputados federais votaram pelo afastamento de
Dilma (apenas os dois petistas anunciaram o voto NÃO). Dos três estados do Sul,
os catarinenses foram os que mais contribuíram proporcionalmente para o
impeachment: 87,5% dos parlamentares votaram SIM. Na sequência vem o Paraná,
com 86,6% dos seus 30 deputados votando a favor do impedimento da presidente, e
por último o Rio Grande do Sul, com 70,9% favoráveis ao impeachment. “É natural
que assumamos a ponta nesse ranking, já que Santa Catarina foi o estado em que
ela menos obteve votos para se reeleger. Vale lembrar que, em 2014, Dilma foi
votada apenas por 3 de cada 10 catarinenses. O resultado de ontem, portanto, é
um reflexo do que pretendia o povo barriga verde”, justificou Rogério Peninha.
Nesta segunda-feira (18), o presidente da Câmara, deputado
Eduardo Cunha (PMDB/RJ), encaminhou o processo de impeachment ao
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL). A pilha de documentos do
processo, com 36 volumes e 11 anexos, foi entregue no gabinete de Renan. Um
resumo do processo deverá ser lido na sessão desta terça-feira (19) no Senado,
e serão indicados os integrantes da comissão especial que analisará o caso. Se
aprovado no plenário – por maioria simples –, será considerado instaurado o
processo e a presidente será afastada por até 180 dias, recebendo a partir daí
metade do salário (atualmente são R$ 30.934,70). Depois se inicia a fase de
julgamento, que é comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.
Para que a presidente perca o cargo, o impeachment tem que ser aprovado por
dois terços dos senadores – 54 dos 81.
“Tenho certeza que se Luiz Henrique estivesse vivo, ele
conduziria o processo no Senado Federal. Crítico dos desmandos feitos por este
governo, no início do ano passado encarou Renan Calheiros na disputa pela
presidência da Casa. Era um homem respeitado, não só pelos catarinenses, mas em
todo o Brasil”, lembrou Peninha. O deputado, contudo, acredita que o processo
de impeachment é irreversível, e caberá a Michel Temer comandar os rumos do
país pelos próximos dois anos: “Michel é o homem certo para liderar um governo
de transição. Tem sabedoria para reunificar o país e montar uma equipe de governo
forte, sem paixão partidária. A partir de maio, quando Dilma será afastada,
veremos o sol da esperança de novo brilhar”.
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