Material
de divulgação foi entregue e agentes percorreram lotes a fim de identificar
riscos em vasos de plantas, lonas, restos de construção, entulhos
A manhã de
sábado (12) foi de intensificação do combate ao mosquito Aedes aegypti,
transmissor da dengue, da febre Chikungunya e do Zika Vírus (causador da
microcefalia), patologias que colocaram o Brasil em alerta. O coordenador do
Programa de Controle da Dengue, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Marcio
Rodrigues da Silva, liderou grupos de vistoria em residências e
estabelecimentos comerciais na região do bairro Guarujá, onde em 2013 foram
descobertos cinco focos com larvas do mosquito.
E como não
existe vacina contra as anomalias provocadas pela picada do inseto, a varredura
é o melhor caminho de prevenção. Material de divulgação foi entregue e agentes
percorreram lotes a fim de identificar riscos em vasos de plantas, lonas,
restos de construção, entulhos. A mobilização contou com dez agentes de
controle da dengue e 20 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs). A Secretaria de
Meio Ambiente e Serviços Públicos prestou apoio disponibilizando veículo para
recolhimento de materiais em locais de acúmulo de água.
O Programa
Municipal mantém visitas semanalmente a uma rede com 600 armadilhas montadas.
Ela é disposta com a terceira parte de um pneu de moto e com arame é pendurada
a aproximadamente um metro de altura do chão, campo de voo do inseto, e é
fixada em local com baixa circulação de pessoas, à sombra, características
ideais para postura dos ovos. A cada 15 dias a equipe verifica os pontos
estratégicos onde há acúmulo de água parada, como ferros-velhos, borracharias,
cemitérios e floriculturas.
Monitoramento
Com a
elevação das temperaturas e aumento do tráfego de turistas nas rodovias que
cortam Lages rumo ao Litoral nas férias, vem a preocupação. “Pedimos às pessoas
que reservem pelo menos dez minutos para fazer a limpeza do seu quintal,
virando garrafas de boca para baixo, eliminando recipientes plásticos e pneus
com água parada, verificar calhas entupidas, fazer tratamento de piscinas,
entre outros, evitando a proliferação do vetor e surgimento de criadouros”,
alerta Marcio.
A casa do
segundo sargento Sandro João Ribeiro Rodrigues fica na rua Vitorino Joaquim M.
Lopes e foi a primeira a ser visitada logo cedo no sábado. Por ser de carreira
militar, a disciplina de manter sua moradia longe de riscos já é rotina em sua
família. “Esse trabalho da Saúde nos deixa mais tranquilos. O país está
passando por uma epidemia e a atuação dos agentes com certeza diminuirá os
perigos. Aqui em casa a gente evita acúmulos em baldes, vasos e poças, mantendo
tudo sempre muito limpo”, garante.
A vizinha
de Sandro, a dona de casa Vera Lúcia Athayde, diz que esta não é a primeira vez
que recebe orientações de prevenção. “A gente liga a TV ou o rádio e é isto que
está em evidência. Informação não falta. Prefiro nem ter vasilhas em casa para
não me preocupar. Minha dica é que todos colaborem porque é um problema de
todos nós”, diz. Quem desconfiar ter encontrado focos deve ligar para (49)
3223-0815 ou 3225-1412, de segunda a sexta, das 13h às 19h. Se confirmado é
delimitada uma área protetiva de 300 metros e designada equipe para eliminar o
foco.
Saiba
mais
Até 2014,
Santa Catarina era o único Estado do país sem transmissão da dengue autóctone,
ou seja, sem circulação dentro do Estado, pois a maioria dos casos era
contraída fora. De lá para cá já existem cerca de 3.600 casos confirmados de
dengue, sendo 3.500 em Itajaí, onde foi verificado um caso autóctone de Zika.
Conforme a
Diretoria de Vigilância Epidemiológica, de 1º de janeiro a 1º de dezembro foram
notificados 10.659 casos de dengue em Santa Catarina. Destes, 3.593 (34%) foram
confirmados sendo 2.358 por critérios laboratoriais e 1.235 por
clínico-epidemiológico; 6.178 foram descartados e 888 (8%) casos suspeitos
estão em investigação. Do total de casos confirmados, 3.274, ou seja, 91%
são de transmissão dentro do Estado; 260 (7%) são de transmissão de fora de
Santa Catarina e 59 (2%) estão em investigação.
Os casos
confirmados até o momento dentro do Estado tiveram como local provável de
transmissão os municípios de Itajaí, Chapecó, Itapema, Joinville, Guaraciaba,
São Miguel do Oeste, Balneário Camboriú, Bombinhas, Canoinhas, Cordilheira
Alta, Corupá e Tubarão. Entre os com maiores incidências destacam-se Itajaí,
Itapema e Chapecó.
O mosquito
transmissor do vírus da dengue, Zika e Chikungunya se caracteriza pelo tamanho
pequeno, cor marrom médio e nítida faixa curva branca de cada lado do tórax.
Nas patas apresenta listras brancas. Vive de 35 a 45 dias, alimenta-se,
reproduz-se e põe ovos durante o dia. As fêmeas picam as pessoas, pois precisam
de sangue para amadurecerem os ovos. É nesse momento que pode ocorrer a
transmissão das doenças.
A fêmea deposita até cem ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou
que possam acumular água parada, onde podem durar até um ano e meio. Em contato
com a água, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às
pupas. Delas, surge o adulto num ciclo de aproximadamente sete dias.
Orientações
Evite usar
pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda
Guarde
garrafas com o gargalo virado para baixo
Mantenha
lixeiras tampadas
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