A dívida pública do
Brasil e as contas desequilibradas da Seguridade Social são os gargalos da
situação de crise que atingem mortalmente a economia do país. É justo e
necessário que se apresentem os números deste rombo para que a população
entenda em que fosso está o Brasil. A situação é de enfraquecimento das
políticas públicas, crescimento vertiginoso da dívida pública, aumento dos
tributos e consequente perda de credibilidade do governo.
O quadro que se
apresenta no país não é nada animador, pois se elevam os juros e lucros dos
bancos e a cada aumento de 1% da taxa Selic cresce a dívida pública em R$
14 bilhões no prazo de um ano. Sim, o Brasil não pagou sua dívida externa
e qualquer que seja a resposta contrária é preciso que se comprove além de
discurso. O Bacen divulgou em 31 /12/2014 os números da dívida pública
brasileira: dívida externa de U$ 554 bilhões ou seja, em torno de R$ 2
trilhões; e a dívida interna de R$ 3,301 trilhões. A soma da dívida
pública totaliza R$ 5,31 trilhões o que correspondia a 86,5% do PIB de 2014,
divulgado pelo IBGE, que foi de R$ 5,52 trilhões.
O Orçamento Geral da
União (OGU) executado em 2014 foi de R$ 2,168 trilhões, destes, 45,11% ou
seja, R$ 978 bilhões foram para pagamentos de juros e amortizações da dívida
pública. Outros gastos projetados no orçamento de 2015 apontam 21,76% para
Previdência Social; 5,98% Saúde; 5,78 Educação; 3,21% trabalho; 3,08%
Assistência Social; 1,58% Defesa Nacional; 1,28% Judiciário; outros setores
representarão menos de 1% cada.
Para 2015, o
orçamento proposto pelo executivo reserva R$ 1,356 trilhão para os gastos com a
dívida pública, ou seja, 47% de tudo o que vai arrecadar com tributos,
privatizações e emissão de novos títulos. Este valor corresponde, por exemplo,
13 vezes os recursos para a saúde, 13 vezes para a educação, 54 vezes para o
transporte e mais de 100 vezes dos recursos projetados para a agricultura.
Os grandes
beneficiados são os bancos, que na situação econômica atual, é o último
segmento em que o governo propõe-se a anunciar medidas de controle das
altíssimas taxas de juros. Vivemos uma crise de credibilidade
e o mais grave é que não há comando no governo central, nem dos
ministros. A máquina pública está paralisada e a burocracia corrupta
engessa e inviabiliza qualquer iniciativa do setor produtivo e da sociedade
privada. É necessária uma auditoria da dívida pública, interna e externa.
Para que isso
aconteça, o povo brasileiro precisa e exige um governo honesto, que honre as
propostas de campanha e que por fim, possa confiar.
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Por Valdir Colatto, deputado federal
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