"Pacote
de maldades do Governo do Estado continua sendo aprovado sem debate",
avalia Luciane
Com críticas ao
novo tratoraço do Governo do Estado, a deputada estadual Luciane Carminatti
questionou a falta de transparência na gestão do novo Fundo da Previdência dos
servidores estaduais, aprovado pela Assembleia Legislativa na tarde desta
terça-feira (02). "Buscamos por meio de emendas garantir a fiscalização e
transparência do processo para que os servidores e a população acompanhassem a
gestão do fundo, mas novamente tivemos nossas propostas rejeitadas. Parece que
os projetos vêm em caixas pretas, e ninguém pode questionar e nem debater. O
Governo manda as propostas, e elas são aprovadas sem discussão e sem
mudanças", protestou a parlamentar.
Na prática, o
Projeto de Lei Complementar 35/2015 cria um fundo complementar para
aposentadorias acima do teto do INSS, atualmente em R$ 4.663,00. O servidor que
desejar receber acima deste valor deve contribuir com até 8%, e o Estado entra
com o mesmo montante. Porém, na avaliação da deputada, a proposta do Governo
não soluciona o problema da previdência, que neste ano rendeu um prejuízo de R$
3 bilhões aos cofres públicos. "Os responsáveis por este rombo são os
próprios gestores públicos que não planejaram e nem buscaram alternativas
anteriores, mas permitem que altos salários e altas aposentadorias continuem
sendo pagos", enfatizou.
Luciane lembrou que
o salário pago aos ex-governadores vai custar R$ 16 milhões nos próximos quatro
anos, "mas nisso o Governo não mexe", lamentou. O Governo também
continua a contratar trabalhadores temporários - hoje são 37 mil ACTs, que
contribuem com o regime geral da previdência e não com o Fundo próprio dos
servidores.
"A Bancada do
PT não é inconsequente e também se preocupa com a saúde financeira de Santa
Catarina, mas sabe que a grande maioria dos servidores continuará pagando a
mesma alíquota, enquanto o Estado contribuirá com um Fundo sem transparência e
controle social", disse.
Uma das emendas da
deputada anulava a gestão terceirizada ou mista do Fundo, "para evitar que
um banco privado administre, quebre e deixe a conta para o cidadão
catarinense". Outra emenda exigia a publicação do relatório atuarial a
cada quatro meses, detalhando montante de arrecadação e pagamento dos
benefícios para controle do Fundo.
Por fim, a deputada
questionou a ausência do debate, a falta de democracia, a não realização de
audiência pública solicitada pela parlamentar e ainda a presença de um número
expressivo de policiais para inibir a manifestação de servidores e da população
na Assembleia. "Clima tenso e desnecessário, ainda mais quando a gente
sabe que falta policiais nos municípios. E será assim também nos próximos dias.
O Governo está abrindo mão pelo respeito a esta Casa", concluiu.
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