Em uma
salinha, chamada de oficina, Valcir Antunes Thomaz, surpreende com a sua
agilidade em cima de uma cadeira de rodas. O local é apertado e cheio de
materiais, rodas, pneus, barras de ferro, matéria prima para o seu trabalho
diário. Ele não se intimida com os poucos recursos, pois ele mesmo adaptou a
sua cadeira de rodas com pneus mais resistentes e que aderem melhor em vários
tipos de solo. Além disso, as cadeiras utilizadas nas competições esportivas
também são consertadas por ele.
Valcir,
agora irá sair do anonimato e irá a Brasília. Ele é vice-presidente da
Associação Serrana dos Deficientes Físicos (ASDF) e irá representar a
instituição durante o Prêmio Brasil + Inclusão, que acontece nesta terça-feira
no Congresso Nacional. “Estou muito feliz, é uma oportunidade de todos
reconhecerem o nosso trabalho, eu queria poder fazer muito mais, tenho muitas
ideias, mas faltam materiais. É um momento único, estou ansioso”, comenta
Valcir.
O
reconhecimento é a maior premiação de inclusão da pessoa com deficiência do
Brasil. Ele foi criado pela Câmara dos Deputados para reconhecer e valorizar
quem se destaca na promoção da inclusão da pessoa com deficiência.
A
indicação da entidade foi feita pela deputada federal Carmen Zanotto. “A nossa
associação tem uma estrutura humilde em comparação a muitas instituições do
país, mas isso não impede que ela faça um excelente trabalho, por isso, esse
reconhecimento nos deixa muito felizes”, destaca a parlamentar.
Associação
passa por dificuldades
A
presidente da ASDF, Vanilda Correa, explica que a entidade existe há 21 anos e
o prêmio é uma forma de valorizar o trabalho que é feito pela entidade e dar
mais visibilidade. “É uma forma de divulgar que nós temos limitações, mas somos
cidadãos com direitos e deveres, temos família e queremos ser reconhecidos”,
ressalta Vanilda.
A
associação tem 270 associados, mas atende diariamente cerca de 50 pessoas, com
atividades educacionais, esportivas, atendimento com psicológico e alimentação.
No esporte, parte dos associados são atletas e participam do Parajasc, do
Circuito Caixa Lotéricas e estão no ranking estadual em várias modalidades.
“Infelizmente
nossos recursos são limitados, mas fazemos o possível para realizar um bom
trabalho. Este final de semana vamos fazer uma feijoada para arrecadar recursos
e contamos com a participação da comunidade”, comenta.
Mercado
de Trabalho
Embora
todas as empresas tenham que cumprir uma cota para contratar pessoas com
deficiência. Valci explica que muitos locais não possuem acessibilidade, por
exemplo. No entanto, também é necessário qualificação. “É preciso que as
empresas se adaptem para receber o deficiente e o deficiente também precisa se
qualificar, nós incentivamos, principalmente os jovens para que se
profissionalizem, há cursos e bolsas de estudos e até transporte, tudo
gratuito. Mas eles precisam buscar as informações”, explica.
As
cinco entidades agraciadas são:
• Anglo
American Minério Ferro Brasil S/A – Belo Horizonte, MG
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