quarta-feira, 29 de julho de 2020

Pequenas agroindústrias do Paraná comemoram acesso a meio milhão de consumidores.

Foto: Reprodução Internet/ Meramente ilustrativa.


“Uma das melhores e maiores oportunidades que nossa região recebeu em sua história!”. É assim que Edilson Pini, dono de uma pequena agroindústria no interior do Paraná, comemora o horizonte que se abriu para a sua produção nos últimos dias. 

Isso porque as agroindústrias que fazem parte do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Rural e Sustentável da Região Central do Paraná (Cid Centro) já podem comercializar os seus produtos de origem animal com os 30 municípios que fazem parte desse território. Para isso, devem, também, estar regularizadas no Sistema de Inspeção Municipal. 

A euforia de Edilson tem explicação. Antes, ele só poderia vender os peixes que cria para o comércio do município onde mora, a pequena São João do Ivaí, que tem pouco mais de 10 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Há 26 anos no negócio, seu Edilson teve que ampliar de oito para 30 o número de funcionários desde que o mercado se ampliou, em abril deste ano. 

Agora, ele e pequenos produtores de outras cidades vão ter acesso a um mercado com cerca de 570 mil consumidores, nas regiões do Paraná Centro e do Vale do Ivaí. José Guilherme Camilo, chefe do Núcleo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná, em Pitanga, sede do Cid Centro, explica a importância do acordo. “É um trabalho que vem de anos com a confiança das autoridades locais e vai ampliar o mercado para as agroindústrias do pequeno comércio do seu município para uma grande região, com 30 municípios consorciados”, afirma.  

O trabalho de articulação para ampliação da área da certificação municipal foi costurado entre a Seab e as prefeituras da região. Ao todo, são 15 municípios que compõem o Vale do Ivaí e outros 15 da região de Paraná Centro. Antes, os pequenos produtores desses municípios só poderiam comercializar seus produtos nos municípios onde a agroindústria estava instalada. Há casos em que o mercado estava restrito a uma população de apenas dois mil habitantes, por exemplo. 

Os benefícios se estendem também aos moradores desses municípios, que vão contar com uma maior variedade de produtos de origem animal à disposição nas prateleiras. “A população vai comprar “produtos coloniais” da sua região, mas com qualidade, inspecionados e direcionados para essa população”, avalia Vitória Holzmann, responsável pelo Núcleo Regional da Seab no Vale do Ivaí. 

Um outro ganho para a população com o acordo intermunicipal é a confiabilidade quanto à sanidade do produto. Afinal, os médicos veterinários e agentes de inspeção não vão ficar concentrados nos municípios com maior poder financeiro, mas serão responsáveis pela fiscalização da produção em escala regional, para todos que fazem parte do Cid Centro.  
“Os consumidores serão agraciados de consumir produtos de qualidade, certificados e com as devidas inspeções da sua região”, explica José Guilherme Camilo.  
Não bastasse o acordo para ampliação do mercado dentro do território do Cid Centro, o consórcio quer mais. Os municípios se preparam para tentar a inclusão no Susaf (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar e de Pequeno Porte no Estado do Paraná). Isso permitiria que os pequenos produtores dos territórios do Paraná Centro e do Vale do Ivaí vendam seus produtos para todo o estado. 

Antes disso, os 30 municípios têm um outro desafio. O Cid Centro foi selecionado para participar de um projeto piloto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A ideia é conseguir comprovar que o consórcio tem condições de fazer a inspeção dos produtos nos moldes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). O sistema padroniza e harmoniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir inocuidade e segurança alimentar. 

“Até o final de dezembro, se conseguirmos fazer a lição de casa, vamos ter os nossos estabelecimentos abertos para comercializar não só nessas regiões, mas também no país”, projeta Vitória Holzmann.  
Ao todo, 52 estabelecimentos já foram habilitados junto ao Cid Centro e podem comercializar seus produtos com os 30 municípios que fazem parte da iniciativa. Segundo o consórcio, o abatedouro e processamento de carnes constitui a principal atividade entre as pequenas agroindústrias da região. 


Fonte: Brasil 61 

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