quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O forte da crise ainda não chegou, avalia Peninha

Nos cumprimentos trocados pelos parlamentares em Brasília, na primeira semana de trabalho legislativo em 2016, percebia-se nítida preocupação e pouco otimismo. As vaias ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff – em que ela pedia apoio do Congresso Nacional para ressuscitar a CPMF –, os crescentes escândalos de corrupção e as intermináveis fases da Operação Lava Jato mostram que 2016, na opinião dos deputados, será um ano de muita tensão. Para o catarinense Rogério Peninha Mendonça (PMDB), o problema ultrapassa os limites da economia. “Vivemos uma crise de credibilidade; a população não acredita em uma só palavra dita pelos seus governantes. E quando o povo perde a confiança em seu governo, a solução que resta é substituir quem está no comando”, analisa ele.
                Peninha acredita, contudo, que o processo de impeachment tenha perdido força durante o recesso: “Sem um fato novo, que altere a formação da base aliada e da oposição em Brasília, diminuem dia após dia as chances de a presidente cair”. Ele projeta um cenário ruim também para a economia, ao afirmar que o forte da crise ainda não atingiu em cheio o bolso do trabalhador: “O elevado índice de desemprego sentido nos últimos meses infelizmente é apenas o começo de uma crise que tende a se agravar, com juros cada vez mais altos, acompanhados pela inflação. E, como sempre acontece, quem mais sentirá os efeitos desta recessão é a classe trabalhadora e pagadora de impostos, que carrega o país nas costas”.
                A volta da CPMF, defendida pelo Palácio do Planalto para reequilibrar as contas públicas, não deve ser aprovada. O deputado peemedebista afirma que não há clima dentro do Parlamento para respaldar aumento de impostos. “O Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo e, em contrapartida, um dos piores serviços públicos para o cidadão. Já externei meu voto contra a CPMF e vou fazer campanha para que esta contribuição travestida de imposto não volte a sobrecarregar as costas da população”, garante ele.
               
Mas nem tudo são trevas

                A revogação do Estatuto do Desarmamento deve ser uma das maiores conquistas legislativas de Peninha como deputado federal. Após ser aprovada em comissão especial no ano passado, a matéria – de autoria do parlamentar catarinense – aguarda despacho do presidente da Câmara para ser votada em plenário, o que deve ocorrer ainda no primeiro semestre de 2016. “O PL 3722 tem sido o carro chefe do meu mandato, caiu nas graças do povo ordeiro e tem apoio massivo em todos os meios de interação com a sociedade. Já começamos as articulações para pôr o texto em pauta tão logo acabe o processo de impeachment, e acredito que até o fim do ano ele já esteja pronto para a apreciação do Senado e posterior sanção presidencial”, explica Peninha.
                Outra proposta de autoria do peemedebista, e que também conta com grande apoio popular, é a que põe fim à contribuição sindical obrigatória. Batizado sob o número 870/15, o PL objetiva exterminar um imposto criado na época de Getúlio Vargas, que tira um dia de trabalho por ano de todos os brasileiros. A proposta deve ser votada nas comissões permanentes também em 2016.

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Rafael Pezenti
Assessor de Imprensa

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